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Com Governo Lula, Brasil e Cuba selam a retomada da cooperação científica

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos, e a ministra da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, Elba Rosa Pérez, assinaram comunicado conjunto que reativa o Comitê Gestor de Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa marca a retomada da cooperação científica entre os dois países, estimulando a troca de conhecimento em áreas como biotecnologia, clima, energias renováveis, bioeconomia, biofabricação, soberania e segurança alimentar, ciências agrárias e redes de ensino e pesquisa.

“Nós queremos retomar a cooperação, não só na área do complexo industrial de saúde, mas em outras áreas mais abrangentes, como a bioeconomia. Queremos fazer uma nova reunião do comitê em 60 dias. É uma relação em que a gente aprende e, naquilo que a gente tem mais expertise, a gente oferece. A gente procura uma lógica de cooperação e parceria saudável, que faz com que encontremos soluções para o Brasil e para Cuba”, explicou a ministra.

O documento foi assinado no último sábado (16/09), durante a Cúpula do G77+China, realizada em Havana, Cuba. A ministra Luciana Santos integrou a delegação brasileira chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o tema “Os desafios atuais para o desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação”, o evento reuniu, entre sexta (15/09) e sábado (16/09), mais de 100 países do Sul Global.

Em seu discurso, o presidente Lula destacou que, ao resgatar o protagonismo do Brasil no mundo, seu governo confere caráter especial à cooperação científica e tecnológica entre países em desenvolvimento na sua política externa. E considerou estratégico que o G77 tenha se dedicado a debater o tema da ciência, tecnologia e inovação.

Na avaliação do presidente, o mundo passa por duas grandes mudanças: a revolução digital e a transição energética. “Elas não podem ser moldadas por um punhado de economias ricas, reeditando a relação de dependência entre centro e periferia”, disse, defendendo que os países do Sul têm plenas condições de ocupar a vanguarda ciência no mundo.

Saúde

Em entrevista coletiva, Luciana Santos lembrou que a cooperação científica entre Brasil e Cuba teve início no fim da década de 1980. E destacou a importância da contribuição cubana em diversas áreas, inclusive para o fortalecimento do Complexo Industrial de Saúde do Brasil. “Temos muitos interesses nessa troca. Eles [os cubanos] atuam, por exemplo, na área de investigação de doenças raras, diabetes e na fabricação de fármacos, que é uma das questões desafiadoras para o Brasil. Na balança comercial brasileira, nós temos um déficit de US$ 20 bilhões de dólares (com medicamentos). Então, tudo aquilo que agregar desenvolvimento, pesquisa, conhecimento tecnológico nos interessa. Essa lógica do ‘ganha-ganha’ é o que nós desejamos”, disse a ministra.

G77+China

O grupo foi criado em 1964 com 77 países-membros. Hoje, é composto por 134 nações em desenvolvimento do Sul Global, pertencentes à Ásia, África e América Latina. A união do bloco com a China ocorreu nos anos 1990. É considerado o principal instrumento de coordenação multilateral dos países em desenvolvimento dentro do sistema das Nações Unidas.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

Foto: Divulgação/MCTI

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