A partir da situação calamitosa pela qual passa o Estado do Rio Grande do Sul, não tardamos a querer achar culpados. Dedo de alguns prefeitos em riste, apontando para o governador, que aponta o dedo para o governo Federal, que felizmente, tomou a postura mais responsável que um chefe de Estado poderia adotar neste momento: “Não é hora de apontar os culpados”, anunciou o presidente Lula. Tudo isso enquanto parte do povo gaúcho se acomoda em abrigos, voluntários e funcionários públicos se arriscam para resgatar sobreviventes e todo o País se mobiliza para ajudar.
O presidente cumpre a rigor o seu papel republicano, destinando recursos, equipamentos e mais de 20 mil profissionais para socorrer o Rio Grande do Sul. Além disso, costura planos e metas junto ao governador do Estado e aos prefeitos, tendo envolvido inclusive os presidentes do Senado e da Câmara Federal, além do Superior Tribunal Federal (STF) na empreitada. Lula acerta ao prestar ajuda irrestrita num momento de calamidade, mas nós, parlamentares, além da responsabilidade imediata de socorro às vítimas, temos a obrigação de pensar nas causas e como mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos a partir do regramento legal.
Agora temos urgência para mitigá-las e assim mesmo, parte significativa do Congresso ainda não se sensibilizou para a questão – continuam pautando projetos que aumentam a crise climática e barrando aqueles capazes de combatê-la. Eles não são os donos das fábricas de catástrofes, mas certamente estão entre os funcionários mais dedicados.
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Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)