Sextou! E nesta sexta, 30 de junho de 2023, um fato entrou para a História do Brasil e será brindado por grande parte do povo: o anúncio oficial do veredito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que Jair Bolsonaro (PL) está inelegível pelos próximos oito anos. Sim, ainda é muito pouco em face do que o ex-presidente fez com o país, mas para muita gente este é apenas o primeiro passo para se fazer Justiça e afastá-lo de vez de qualquer chance de retornar ao poder.
Diante da data tão importante, a Fórum dará oito dicas de como comemorar o veredito da Justiça Eleitoral para que você, leitor, celebre esta sexta-feira harmonizando com a sentença condenatória do homem que chegou ao Palácio do Planalto pelo voto, mas quis implantar uma ditadura no Brasil.
1 – Cerveja
A cerveja é um dos símbolos do Brasil, bebida em cada esquina nos quatro cantos do país. Na pandemia, que por aqui se estendeu muito mais do que em outras nações, em função das maluquices negacionistas de Bolsonaro, os brasileiros ficaram impedidos por muito tempo de frequentar os bares, botecos e biroscas. Além do mais, o ex-presidente de extrema direita adora falar da bebida com desprezo, frisando sempre que “não bebe” e dando sentido pejorativo à “loira” gelada. Claro, ninguém é obrigado a beber e o álcool em excesso faz mal, mas convenhamos, esse falso moralismo encheu os pacovás durante quatro anos.
2 – Vinho
Um bom rótulo tinto tem tudo a ver com a sentença de inelegibilidade do aspirante a ditador. Produzidos com qualidade e tradição por Chile, Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha, França e Itália, democracias modernas e consolidadas, em que pese os problemas e turbulências enfrentados por alguns desses países, brindar com essa bebida é uma maneira de mostrar ao bufão condenado que jamais valerá a pena tentar destruir nosso regime democrático. Brancos e rosés também são uma boa pedida, especialmente pelo clima quente do Brasil, mesmo durante o inverno. São igualmente bons para “refrescar” a memória de Bolsonaro e ajudá-lo a pensar no que fez.
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3 – Champagne
Claro que não nos referimos aqui ao champagne propriamente dito, já que esta bebida produzida numa zona específica do norte da França custa muito caro. Se seu bolso não permitir, pode ser um espumante qualquer, ou até uma daquelas sidras fuleiras que compramos para o réveillon. Um dos “pais” da bebida, o monge Dom Pérignon, que viveu no século XVII e dá nome a uma das marcas mais famosas desse chique goró, disse ao bebê-la, certa vez, que “estava bebendo estrelas”. Dito isso, vale lembrar que nada assusta mais Jair Bolsonaro do que uma estrela, especialmente se for vermelha. Um bom espumante também servirá de desagravo por todas as ofensas que o ex-presidente dirigiu à França, ao seu presidente, Emmanuel Macron, e à sua esposa, Brigitte Macron, vítima de seu machismo asqueroso.
4 – Feijão com arroz, feijoada ou tutu
Em 27 de agosto de 2021, Jair Bolsonaro proferiu uma de suas mais infames frases. Disse que “quem quer comprar feijão é idiota”, e que o correto mesmo é “comprar fuzil”. Em meio ao morticínio da pandemia da Covid, com 33 milhões de pessoas na miséria total e uma taxa de desemprego exorbitante, o radical autoritário ofendeu a maior parte da população com uma consideração nojenta, sem sentido e ultrajante. Portanto, nesta sexta, coma seu feijão com arroz, sua feijoada (embora não seja dia), seu tutu, sua dobradinha com feijão branco, seu feijão de corda, seu feijão fradinho, e celebre a decisão do TSE.
5 – Picanha
O nome desse corte nobre de carne bovina mexe com as emoções de Bolsonaro. Vem-lhe à cabeça, imediatamente, a derrota para o presidente Lula (PT) nas eleições do ano passado, quando o petista insistiu em dizer que o povo brasileiro voltaria a comer picanha. Os bolsonaristas tentaram fazer piada, usam até hoje a expressão com certa dor de cotovelo, mas o fato é que esse tipo de carne teve uma redução significativa nos seus preços e já está voltando à mesa de muita gente.
6 – Baião de dois
Jair Bolsonaro e o bolsonarismo abominam o Nordeste. Região com maior índice de votos em Lula, os nordestinos garantiram a derrota do líder de extrema direita nas urnas e seguem sendo um bastião de consciência política no Brasil. Com todos os reveses históricos, com os problemas climáticos e o descaso de seus representantes políticos das oligarquias do coronelismo, os nordestinos são a verdadeira força do país, para além de serem o povo mais alegre e festivo do território nacional. Viva o Nordeste, viva o povo nordestino e, não esqueçam, comam baião de dois (rubacão).
7 – Leite condensado
Por quatro anos Jair Bolsonaro foi fotografado com latas de leite condensado. No café da manhã, na sobremesa, no pão, na colher… Enfim, essa iguaria que ganhou uma superpopularidade no Brasil há muitas décadas acabou tendo sua imagem atrelada ao ex-presidente, até mesmo por conta das compras milionárias do produto para as Forças Armadas, reduto de apoio ao seu autoritarismo. Não permita que esse doce tão maravilhoso, que é matéria-prima para a confecção de brigadeiros, beijinhos e tantas outras receitas, vire sinônimo de quem quer uma ditadura. Vai lá, chape o globo de leite condensado e comemore a inelegibilidade de Bolsonaro.
8 – Charuto cubano
Fumar é péssimo, por uma série de razões, sobretudo porque o uso contínuo do tabaco provoca câncer. No entanto, é preciso admitir que acender um charuto é um ato de comemoração em várias culturas do Ocidente. No caso da inelegibilidade de Bolsonaro, um “puro” cubano é o ideal para celebrar, afinal, esse militar de histórico medíocre “desligado” do Exército por conta de seu extremismo e insubordinação passou a vida sacodindo esse espantalho geopolítico construído sobre o sistema político da pequena nação insular caribenha.
Fonte: Henrique Rodrigues/ Revista Fórum
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