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Violência contra a população africana no Brasil é tema de Audiência Pública promovida por Suplicy na Alesp

Representantes da comunidade africana e organizações em defesa da população imigrante no Brasil se reuniram, nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para debater casos de violência contra africanos residentes na Capital paulista. O evento, promovido pelo deputado Eduardo Suplicy (PT), repercutiu o caso de Seringe Mbaye, senegalês morto após ação da Polícia Militar no bairro do Brás, em abril deste ano.

“A população negra, em relação ao restante da população, tem sido muito mais objeto de prisões e violência. É importante que a população imigrante possa aqui expressar os seus sentimentos e a sua percepção sobre como a Polícia Militar acaba tratando imigrantes”, disse Eduardo Suplicy.

Além de integrantes da comunidade africana em São Paulo, a audiência contou com a presença de entidades de defesa dos direitos humanos e, ainda, de representantes da Polícia Militar do Estado. A deputada Monica Seixas do Movimento Pretas (Psol) e o SOS Racismo, órgão de combate à discriminação da Alesp, também acompanharam o evento.

Preconceito

Vice-presidente do Conselho Municipal de Imigrantes de São Paulo, Constance Salawe, que é de origem camaronesa, falou sobre o preconceito sofrido por africanos.

“Estamos enfrentando uma realidade que afeta milhões de brasileiros e que não podíamos mais negligenciar. O racismo estrutural está profundamente enraizado em nossa história e se manifesta de maneiras sutis e também brutais”, disse Constance. “A violência policial é uma trágica consequência. Com esta audiência, temos a possibilidade de buscar soluções eficazes e criar uma política pública de igualdade racial”, completou.

Diretor de Direitos Humanos da Polícia Militar, o coronel PM Hélio Santos lamentou a morte de Mbaye e falou sobre as ações da corporação para o aprimoramento das operações.

“A Polícia Militar lamenta, imensamente, o resultado ocorrido e a morte de um imigrante. É importante a discussão sobre a intolerância e sobre o racismo, de toda a natureza”, disse. “Infelizmente, temos muitos casos de racismo estrutural”, afirmou o coronel.

O representante da PM afirmou, no entanto, que a instituição tem em seu currículo de formação a capacitação sobre direitos humanos e o combate ao racismo. “Vemos uma preocupação muito grande sobre as abordagens policiais e a Polícia Militar vem procurando, com treinamentos e doutrinas, que policiais possam atuar cada vez mais distantes desses conceitos de discriminação”.

O caso

Seringe Mbaye, mais conhecido pelo apelido de Talla Mbay, era senegalês e morava no bairro do Brás, na Capital paulista, há 8 anos. Ele tinha 38 anos e morreu em abril, ao cair do 6º andar de um prédio da região central da cidade, após uma operação da Polícia Militar no edifício.

As causas da morte de Talla Mbay ainda são incertas e são questionadas pelos familiares e pela comunidade local. Moradores do prédio em que o imigrante estava alegam que houve uso de violência por parte dos policiais que atuavam no local. A Polícia Militar investiga o caso.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:

Confira mais imagens do evento: https://flic.kr/s/aHBqjBwPwz

Fonte: Matheus Batista –  Alesp

Foto: Carol Jacob – Alesp

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