O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (20/2), para comentar a decisão do Ministério Público Federal (MPF) de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Veneri afirmou que a extrema direita, que tanto apoiou Bolsonaro, não conseguiu apresentar argumentos para refutar as acusações contidas no relatório do MPF, que tem mais de 200 páginas e detalha as supostas intenções criminosas do ex-presidente e de seus aliados.
“Não vi ninguém da extrema direita ter argumentos para contrapor o que o MPF colocou no relatório. Ao contrário, ficaram calados, constrangidos, porque sabem que o que está ali é verdadeiro”, afirmou Veneri.
Ele destacou que o STF seguirá o devido processo legal, mas afirmou que é “quase impossível” mudar a “realidade dos fatos”. “Houve uma tentativa de golpe. Há rascunhos, provas, e tudo foi feito com a segurança de que o golpe aconteceria”, acrescentou Veneri.
8 de janeiro
Tadeu Veneri lembrou a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e afirmou que o ex-presidente já havia dado indícios de seu autoritarismo em entrevistas anteriores. “Ele disse que, se fosse presidente, seria ditador. Está escrito, está dito. Não tenho dúvida de que será condenado”.
Sobre a possibilidade de anistia a Bolsonaro ou aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o deputado foi enfático. “Anistia a quem? Aos que invadiram o Congresso, agrediram funcionários, quebraram tudo? Esses querem anistia? E falam em presos políticos. Que presos políticos são esses?”, questionou.
Inelegibilidade
O petista também criticou a proposta de reduzir o prazo da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos, classificando-a como “hipocrisia”. “É uma aberração. Querem reduzir para proteger quem tentou golpe”, disse Veneri.
Ele ressaltou que a cultura do ódio, que tomou conta do País nos últimos anos, só pode ser combatida com o rigor da lei. “Aqueles que cometeram crimes devem pagar por eles. Bolsonaro fez sua escolha, e ele terá tempo para pensar. 30 anos para refletir sobre o que fez”.
Financiadores
O deputado ainda mencionou a necessidade de investigar quem financiou e patrocinou os movimentos que culminaram nos atos antidemocráticos. “Precisamos identificar quem bancou esses grupos, quem são os milionários no Brasil e fora dele que incentivaram essa desestabilização”, apontou.
Tadeu Veneri defendeu a democracia e citou Ulysses Guimarães: “Tenho ódio e nojo da ditadura. Mas só isso não basta. É preciso defender a democracia e punir quem a coloca em risco. Vida longa à democracia, e cadeia para Bolsonaro”.
Foto: Kayo Magalhães
Fonte: Site do PT na Câmara