Há cinquenta anos, mais especificamente, no dia 11 de setembro de 1973, era executado no Chile um golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, que tomou o poder do então presidente eleito Salvador Allende. Dessa forma, o militar ocupou a cadeira presidencial do país por cerca de 18 anos, originando uma das maiores ditaduras da história da América Latina.
A fim de relembrar as marcas deixadas pelo regime e celebrar a liberdade do povo chileno, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi palco, na noite da última segunda-feira (25), de uma sessão solene, solicitada pelo deputado Maurici (PT), que contou, inclusive, com relatos de diplomatas chilenos acerca do tema.
“Hoje é uma importante ocasião para lembrar uma das ditaduras mais tristes, sanguinárias e cruéis que se viu em nosso continente. Lembrar de um golpe não significa exaltá-lo, mas, sim, deixá-lo como exemplo daquilo que não deve acontecer nunca mais, em qualquer lugar do mundo. Viva o Chile e viva a liberdade”, declarou Maurici, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp.
As marcas do golpe
Abrindo os discursos, o embaixador do Chile, Sebastián Depolo Cabrera disse acreditar que, principalmente tratando-se de um acontecimento histórico terrível para o país, o golpe deve ser sempre relembrado, de forma que o povo chileno nunca mais deixe o mal se repetir. “O aniversário de cinquenta anos do golpe nos leva a refletir sobre nosso compromisso incondicional com os direitos humanos, com a democracia e como ela se constrói por meio da memória. Um povo sem memória é um povo sem futuro”, afirmou o embaixador.
O diplomata ainda fez questão de exaltar a figura de Salvador Allende, deposto e assassinado após a tomada de poder. “Allende foi um grande líder social, eleito democraticamente e retirado de seus direitos por um golpe que acabou com a democracia chilena e com sua vida. Depois, sucederam-se duas décadas de terror, violência e luta para a população. Este é um dia para celebrar a democracia, homenagear Allende e repudiar qualquer tentativa de golpe no Brasil, no Chile e no mundo”, declarou Cabrera.
O deputado Paulo Fiorilo (PT) participou da celebração. De acordo com o parlamentar, a luta pela democracia, tanto no Chile quanto no Brasil, deve ser ininterrupta, a fim de evitar qualquer tentativa de ação antidemocrática. “O Chile viveu um período terrível de sua história, e, assim como no Brasil, o risco de uma nova tentativa de golpe é sempre um mal a ser combatido. A luta deve ser permanente em ambos os países, tanto pela preservação da memória, quanto por meio de ações investigativas e protetoras da democracia por parte do governo”, discursou.
Fonte: Gustavo Oreb Martins – site da Alesp
Foto: Rodrigo Romeo