A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta quinta-feira (29), audiência pública que debateu melhorias no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe). O evento faz parte do trabalho da Frente Parlamentar voltada para a discussão do tema – coordenada pelo deputado Reis (PT), proponente da audiência.
O Instituto é uma autarquia que tem como principal objetivo a prestação de serviços de saúde aos funcionários públicos do estado – e dos seus dependentes e agregados – através de uma rede própria ou conveniada. O financiamento do Iamspe é realizado, majoritariamente, por contribuição dos próprios servidores e, minoritariamente, por aportes realizados pelo governo estadual. O parlamentar Reis demonstrou preocupação com a falta de recursos direcionadas para o serviço.
“O nosso servidor sofre muito. E nós vamos continuar cobrando o Governo, insistindo para que coloque recursos através da Lei de Diretrizes Orçamentárias”, afirmou.
Vice-presidente da Comissão Consultiva Mista (CCM) do Iamspe, Guilherme Nascimento defendeu que, além do aumento do aporte do Poder Público, a solução para a falta de recursos passa pela cobertura dos servidores temporários e de autarquias. Segundo ele, essa mudança iria aumentar o número de contribuintes – mais jovens, em sua maioria – para financiar o serviço.
“Se você abre para esse pessoal creio que haveria uma redução da nossa média de idade”, resumiu Nascimento. Atualmente, 51% dos usuários do Iamspe tem 60 anos ou mais.
Digitalização
Diretor de tecnologia do Iamspe, Ricardo Jucá apresentou as principais mudanças que foram e estão sendo colocadas em prática para digitalizar os sistemas do Instituto. Entre as propostas apresentadas por ele está o cadastramento dos pacientes.
“Um beneficiário que vai na rede credenciada – através dos exames e consultas – tem informações clínicas de prontuário. Hoje, isso não é integrado no atendimento dentro do hospital. Precisamos concentrar essas informações em um único lugar para que o médico tenha acesso. Assim, o paciente não vai precisar ficar sempre repetindo a mesma situação pela qual vem passando”, explicou.
Vereadora de Penápolis, Jandinéia Aparecido dos Santos Fernandes alertou que o Instituto precisa fornecer o apoio necessário às pessoas que não tem acesso adequado a tecnologia ou tem dificuldades para utilizar esses recursos.
“Nós temos recebido muitas reclamações de aposentados. Estão com dificuldade na hora de pedir exame e de fazer o credenciamento. Nem todo mundo tem um bom celular ou computador, ou é técnico em informática”, afirmou.
Melhorias
Presidente da Associação dos Médicos do Iamspe, Lilia Camargo apontou que a agilidade na gestão dos equipamentos do serviço de saúde também precisa ser aprimorada.
“Uma vez o aparelho de hemodinâmica parou – único aparelho que nós temos – por quinze dias. Precisávamos de 70 mil reais para consertar o aparelho. Nesses dias aumentou o número de internação de paciente e tivemos que comprar serviços fora. Ou seja, quanto custou? Muito mais do que o valor que era para consertar o aparelho”, disse.
Superintendente do Iamspe, Maria das Graças Bigal reconheceu os problemas, mas afirmou que o Instituto está realizando mudanças positivas e, aos poucos, melhorando os serviços. “A nossa missão é tratar do servidor público da melhor maneira possível. Dentro do hospital a gente está buscando todos os meios para dar o conforto e assistência devida”, afirmou.
Participação e investimento
O deputado Carlos Giannazi (Psol) também fez uma participação na audiência e defendeu o aumento do orçamento destinado ao Iamspe. O parlamentar também indicou a necessidade de participação mais ampla dos servidores na gestão dos serviços.
“Se o hospital é do servidor ele tem que participar da gestão. A comissão tem que ser não só consultiva, mas deliberativa também”, destacou.
Assista à audiência, na íntegra, na transmissão realizada pela Rede Alesp:
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Fonte: Gabriel Eid – Alesp
Foto: Larissa Navarro – Alesp