As causas e possíveis soluções para eventos climáticos extremos na cidade de São Paulo foram discutidas por especialistas, nesta quinta-feira (27), em seminário realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A reunião teve como foco a cidade de São Paulo, pelo fato do município liderar o ranking brasileiro de alertas enviados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
“Esses eventos acontecem com mais frequência e intensidade. Precisamos refletir medidas para, no mínimo, mitigar esses efeitos e não ter tantas pessoas atingidas e o funcionamento da cidade e da economia também não sofrerem tanto”, salientou o deputado Donato (PT), organizador do evento.
Coordenador-geral de Operações e Modelagem no Cemaden, Giovanni Dolif salientou que a equação do risco de desastre é uma combinação entre uma ameaça – como o excesso de chuva – e uma vulnerabilidade. Dolif aposta em “planejamento e ações preventivas para evitar os grandes impactos” provocados pelas ocorrências extremas.
O engenheiro civil Filipe Falcetta, que trabalha no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), acredita que fatores como a impermeabilização progressiva dos solos, altas taxas de urbanização e aceleração do escoamento levaram ao cenário de deficiências crônicas na drenagem paulistana.
Especialista em drenagem urbana, Aluísio Canholi recomendou ações que considera prioritárias para a cidade de São Paulo. Ele sublinhou, por exemplo, a implantação de mais reservatórios – os piscinões -, atualização legislativa do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto do Tietê e um centro inteligente de controle e operações para o sistema de alerta.
Luciano Machado, representante de uma empresa de projetos, também defendeu o monitoramento remoto de áreas de risco por meio de sensores modernos e estruturas robóticas. “As emergências serão antecipadas. Você consegue fazer as medidas de mitigação e obras estruturantes sem que a emergência aconteça depois que as pessoas já morreram”, frisou Machado.
A geóloga Patrícia Sepe encerrou o seminário chamando a atenção para o negacionismo climático. Ela adota o conceito da emergência no lugar de mudanças climáticas. “A gente precisa construir um novo pacto civilizatório em que todos assumam que é preciso mudar velhas práticas e paradigmas”, destacou Patrícia.
Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:
Mais imagens: https://www.flickr.com/photos/assembleiasp/albums/72177720318287952/
Fonte: Redação – Alesp
Fotos: Bruna Sampaio – Alesp