Há exatos 56 anos, militares apoiados por empresários e líderes religiosos deram um golpe de Estado e iniciaram uma triste página em nossa história.
A ditadura militar, e todo o processo que a antecedeu, teve como grandes aliadas a mentira, a desinformação e a censura. Uma sucessão de governos, ao longo de décadas, se utilizou desses artifícios para passar uma FALSA imagem de segurança. Enquanto isso, abafava os gritos desesperados que vinham de seus porões.
Quem lutava por direitos, liberdade e pela volta da democracia era torturado, assassinado. São tantas as famílias (aquela instituição que os ditadores diziam defender) que choram por suas perdas, por seus mortos, por seus “desaparecidos” até hoje. São filhos que não conheceram seus pais, que foram arrancados de suas mães, mulheres que têm que lidar com traumas da violência sexual, crianças que presenciaram cenas indescritíveis…
A imprensa e a classe artística eram duramente perseguidas até que o AI-5 calou todos de vez.
Desde a reabertura democrática, tentamos curar as feridas por meio de ações como a Comissão da Verdade. Porém, um outro golpe, bem mais recente, fez tudo retroceder. Hoje, o presidente da República festeja a ditadura militar, homenageia torturadores e flerta com novas aspirações golpistas, numa espécie de autorização para que seus seguidores propaguem crimes, como seu filho, que nos ameaça com um novo AI-5.
Em meio à pandemia da Covid-19, Jair Bolsonaro resgata os métodos utilizados pelos militares há mais de meio século. Chama o coronavírus de histeria da imprensa, debocha de informações científicas e faz uma campanha que coloca em risco a vida da população.
O coronavírus não é uma “gripezinha”. O golpe militar não foi uma “revolução”.
Cada vida importa. Ditadura nunca mais!
Professora Bete Siraque