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Promovida pelo deputado Marcolino, audiência pública na Alesp discute impactos de privatizações na Saúde de São Paulo

Promovido pelo deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), evento abordou reflexos da desestatização para cidadãos e servidores públicos; lideranças apontam falta de transparência em contratos com Organizações Sociais de Saúde

Uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (17) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo abordou os impactos das privatizações na Saúde pública estadual. Promovido pelo deputado Luiz Claudio Marcolino (PT) em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde em São Paulo (SindSaúde-SP), o evento abordou os reflexos da desestatização para cidadãos e servidores.

Segundo o parlamentar, a transferência da gestão para Organizações Sociais de Saúde (OSSs) gerou denúncias de precarização das relações de trabalho, problemas no atendimento e falta de vagas. “A gente não tem visto melhorias no atendimento da população. Conversamos com o trabalhador e com diversas organizações sociais para mostrar que nós queremos melhorar o atendimento da Saúde Pública de São Paulo”, destacou.

“Para isso é preciso realizar concursos públicos, melhorar equipamentos e criar um atendimento que efetivamente diminua filas de cirurgias e consultas. Isso inclui fortalecer trabalhadores do SUS [Sistema Único de Saúde] no estado. Então, queremos fazer uma reflexão sobre os problemas relacionados às OSSs e o que é necessário fazer para melhorar essas organizações”, completou Marcolino.

Valorização e fortalecimento

O presidente do Sindsaúde-SP, Gervásio Foganholi, citou a desvalorização dos trabalhadores em decorrência da administração realizada por OSSs. “Servidores públicos que trabalham há 30 anos no estado de São Paulo e que trouxeram um serviço de qualidade até o momento estão sendo colocados de canto, pedindo transferência de uma unidade para outra. Mas, chegou o momento em que eles não têm mais para onde ir e estão sendo geridos pelas organizações sociais. Os problemas de saúde mental e assédio nos locais de trabalho estão aumentando”, declarou.

Durante explanação, o conselheiro nacional de Saúde e diretor executivo do SindSaúde-SP, Mauri Bezerra, apresentou alternativas para o fortalecimento do SUS, como a valorização de carreiras, a integração de polos municipais com hospitais estaduais, a ampliação de auditorias e a maior transparência nos contratos. Bezerra ainda defendeu a modernização da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) com gestão 100% pública.

Por sua vez, o secretário de política, gestão e relação de trabalho do SindSaúde-SP, Ricardo Oliveira, reforçou a necessidade de uma fiscalização mais eficiente para contratos entre estado e iniciativa privada. “Nós não podemos aceitar que recursos públicos sejam conduzidos para empresas privadas sem critérios específicos e sem requisitos que apontam uma melhora da Saúde. A audiência cumpriu com o papel de alertar e chamar a população para discutir esse problema.”

Ao final do evento cidadãos e trabalhadores da saúde trouxeram reivindicações e demandas ligadas ao tema. “Ou a gente sai pra luta com um movimento popular ou vamos sofrer com um rolo compressor. Na condição de representante do povo, eu estou do lado do povo”, manifestou a servidora pública Maria Noemi.

Assista à audiência, na íntegra, na transmissão realizada pela Rede Alesp:

Confira a galeria de imagens do evento

Fonte: Giullia Chiara – Alesp
Foto: Larissa Navarro – Alesp

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