Entidades representativas de diversas áreas do funcionalismo público se encontraram na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta terça-feira (10), na Audiência Pública da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Saúde no Funcionalismo Público de São Paulo. A reunião foi promovida pela deputada Professora Bebel (PT), que abriu espaço para o debate sobre a qualidade do serviço de saúde prestado aos pouco mais de 1 milhão de servidores estatais, entre ativos e inativos.
“O objetivo dessa audiência é levantar dados para saber qual é a doença que mais tem acometido os servidores; se eles têm ou não plano de saúde; por que eles têm ficado doentes; e quais as consequências na vida de cada um”, relatou a deputada que pretende montar um grupo de trabalho sobre o tema.
A iniciativa foi elogiada pelo deputado Valdomiro Lopes (PSB), que participou das discussões. “Tenho interesse nesse assunto, que precisa da nossa atenção. Junto com entidades, sindicatos e com a Professora Bebel, vamos encontrar soluções e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, disse o parlamentar, que também é médico.
“Sabemos que nossos servidores estão sofrendo com doenças provocadas pela própria atividade que desenvolvem. Acho que a pesquisa deve confirmar o que a gente desconfia que eles sentem: a falta de perspectiva de evolução na carreira e de melhoria de vida”, relatou Valdomiro Lopes, destacando que a força política deve atuar para dar esperança aos servidores de São Paulo.
Hospital do Servidor
Uma das participantes, Ana Cristina Manente, preside a Associação dos Funcionários do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Afiamspe). Ela coloca as terceirizações no setor como causa para a precariedade no Hospital Público do Servidor Estadual (HSPE). “A situação que a gente vê com as terceirizações é absurda. Faltam consultas e credenciamento. Tem gente que vem de outras cidades para ter esse atendimento no HSPE, que não suporta nem os atendimentos locais”, lamentou a servidora.
Uma das soluções que Ana Cristina aponta para o atual problema do Iamspe é transformar a unidade em uma autarquia. “Nós propomos que o HSPE passe a ser uma autarquia especial, onde nós passaríamos a ter uma administração com conselho deliberativo e conselho fiscal formado pelo funcionalismo público Estadual”, finalizou. Atualmente, a gestão é feita pelo Governo paulista.
A saúde dos servidores da Educação também estava representada na audiência. A secretária geral do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, Neuza Santana Alves, afirmou que a autarquia que cuida das Etecs e Fatecs paulistas passa por grandes dificuldades de infraestrutura e redução de orçamento. “O impacto na saúde mental dos nossos servidores é imediato. A gente luta por plano de saúde”, disse a participante.
Assista à audiência, na íntegra, na transmissão realizada pela Rede Alesp:
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Fonte: Redação Alesp
Fotos: Carol Jacob