Minas Gerais receberá o montante de R$ 121,4 bilhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme anunciou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (8/2), em Belo Horizonte. Segundo ele, a destinação de recursos é fruto de reuniões de articulação, o que foi feito não apenas com o estado mineiro, mas também com todos os estados da federação.
“Nós tivemos em 2023 a preparação da terra, convidei todos os governadores para criar um novo PAC, listar todas as obras prioritárias de cada estado e apontar as obras prioritárias. Depois, governadores e prefeitos prepararam seus projetos. Agora, estamos colhendo o que estamos plantando”, disse Lula em entrevista à jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia de Minas Gerais.
O presidente ressaltou que hoje será feita a cessão de parte do terreno de 547 mil metros quadrados do Aeroporto de Belo Horizonte – Carlos Prates para a prefeitura de Belo Horizonte para construção de moradias populares. “Pelo menos 17% vai para a prefeitura e o restante vamos discutir políticas públicas para que a gente possa dar vida àquele local, onde podem ser construídos equipamentos de interesse da população”, disse, ao citar a possibilidade de construir escolas, hospital, parque, posto de saúde e mais habitações populares.
Lula ressaltou que a ideia é que as ações como essa ocorram em todo o País. Dessa forma, não apenas terrenos, mas casas e prédios da União que estão sem uso serão doados ou destinados para iniciativas que beneficiem a população. Atualmente, há mais de 3 mil unidades apenas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que estão abonadas.
Para a área de transportes, ele anunciou que serão feitos investimentos de R$ 4 bilhões. “Minas Gerais tem a segunda malha viária federal mais importante e estava totalmente abandonada. No governo passado, foram investidos apenas R$222 milhões e nós, no primeiro ano, já destinamos R$557 milhões”, ressaltou.
Sobre a BR 381, considerada perigosa por ter alto índice de acidentes e que o Governo Federal não recebeu propostas de empresas em três editais para concessão da rodovia, o presidente disse que será feita uma nova tentativa com uma nova proposta que já está em elaboração para o segundo semestre. Caso não haja novamente empresa interessada, Lula disse que convocará as áreas de engenharia das Forças Armadas para tocar as obras.
“Virou uma questão de honra terminar essa estrada. Nunca mais quero ouvir falar que existiu uma rodovia da morte em Belo Horizonte, mas quero ouvir que há uma rodovia da vida em que as pessoas estão transitando por ela de uma forma saudável, sem nenhum perigo”, disse.
Sobre a negociação com a Vale voltada para as regiões de Mariana e Brumadinho, ele destacou que os ministros de Minas e Energia e Casa Civil, em conjunto com a Advocacia-Geral da União e Ministério da Fazendo, estão debruçados sobre o assunto e que está sendo discutido também com os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. “A Vale ainda não resolveu o problema de Mariana, nem de Brumadinho. É preciso brigar para que a gente faça um acordo justo e que o povo da região afetada seja o grande beneficiário desses recursos”, ressaltou.
Ao ser questionado sobre a proposta do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, que tem como foco renegociar a dívida de R$ 160 bilhões de Minas Gerais com o Governo Federal e que substituiria o regime de recuperação fiscal, o presidente disse que o governo vai avaliar, mas garantiu que não é interesse da União ter estados endividados, sem ter capacidade financeira para realizar ações voltadas para a população.
Ao declarar que o Governo Federal está fazendo uma revolução na área educacional brasileira, ele também lembrou que já foram construídos 44 institutos federais em MG nos dois primeiors mandatos deles e no da ex-presidente Dilma Roussef e que agora anunciará mais oito institutos.
Ele também citou o programa de poupança Pé-de-Meia para que alunos do ensino médio não desistam da escola, ação que beneficiará não apenas MG, mas todo os estados. “No último ano, foram aproximadamente 500 mil jovens desistindo da escola sob o argumento que precisa ajudar a família. Então, queremos garantir que esse jovem estude”, afirmou, ao detalhar que governo vai investir nessa iniciativa R$ 7 bilhões. “Estamos pagando para que as crianças não desistam da escola. Lugar de criança não é no trabalho, é na escola. Quando ele se formar, ele vai para o trabalho”, finalizou.
Fonte: Agência Gov
Texto: Ailane Silva
Foto: Ricardo Stuckert/PR