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PADILHA QUER EXPLICAÇÕES SOBRE R$ 4,6 MILHÕES A PROJETO DE GAMES, QUE TEM LOBBY DE RENAN BOLSONARO

O recurso destinado por Mario Frias ao projeto é quase igual a tudo que o Fundo Nacional de Cultura executou do seu orçamento em 2020

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) entrou com requerimento nesta terça-feira (14), no ministro do Turismo solicitando informações com relação à destinação de R$ 4,6 milhões do Fundo Nacional de Cultura para o projeto “Casinha Games”. O governo tem 30 dias para responder ao documento.

A justificativa para o requerimento é uma reportagem publicada por Jotabê Medeiros na coluna Farofafá. De acordo com o texto, o recurso destinado para o projeto é quase igual a tudo que o FNC executou do seu orçamento em 2020, R$ 4,7 milhões. Detalhe: em 2020, foi para todas as áreas da cultura.

O militante bolsonarista André Porciuncula, que ocupa atualmente o posto de Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do governo federal, é o responsável pela destinação. Como parâmetro para a discrepância, na mesma decisão, o governo destinou R$ 481 mil para o Patrimônio Histórico (organização e difusão de acervos, R$ 331 mil; e produção de material audiovisual para sítios tombados, R$ 150 mil).

No requerimento, Padilha exige o envio de cópias da Nota Técnica, do processo, dados sobre a entidade Casinha Games, como razão social, CNPJ, currículo, além de justificativa e esclarecimento a respeito do processo de escolha do projeto.

“Não há registro de uma instituição chamada Casinha Games. Não há empresa com tal nome e não se tem notícia de um programa dos entes federativos (que o FNC também atende) com tal denominação. Poderia ser uma rubrica informal com esse fim, mas o fato é que contraria tudo que se concebe como transparência”, afirma Jotabê.

Jair Renan

O texto lembra ainda que quem tem interesse em games é Jair Renan, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) que mantém uma empresa dentro do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Ele e o secretário de Cultura Mario Frias tiveram um encontro fora da agenda em agosto do ano passado.

Na ocasião, o encontro foi celebrado por Thiago Gagliasso, que também participou. “Uma grata surpresa conhecer tuas ideias Jair Renan o mundo digital já faz parte da Cultura Brasileira e economia criativa, não é somente o futuro, é o presente”, escreveu o irmão do ator Bruno Gagliasso.

Thiago chegou a atuar como assessor na Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e na Subsecretaria de Grandes Eventos, mas foi exonerado em fevereiro. Ele era acusado de não comparecer nas funções, segundo o jornal Extra. Em contato com a Fórum, Thiago, no entanto, disse que teve 98% de presença enquanto trabalhou no governo Witzel. “Inclusive o jornal Extra se retratou. Foram lá fazer uma matéria e foram super bem recebidos”, afirmou.

 

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