MENU

Oriente Médio: Ato público condena genocídio contra o povo palestino

Parlamentares petistas e de outros partidos de esquerda (Psol e PCdoB), embaixadores de países árabes e representantes de entidades brasileiras que apoiam a causa palestina, participaram na tarde desta quarta-feira (8) de um ato público na Câmara dos Deputados contra o genocídio em curso praticado pelas forças militares do Estado de Israel contra o povo palestino. Durante o evento, também foi divulgada uma carta, assinada por parlamentares na qual se defende uma atuação mais energética da comunidade internacional para acabar com as agressões que já mataram mais de 10 mil palestinos na Faixa de Gaza. O evento aconteceu na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHMIR), que é presidida pela deputada Luizianne Lins (PT-CE).

No plenário completamente lotado, foram exibidos cartazes com os dizeres “Não à ocupação de Gaza”, “Abaixo o genocídio israelense contra os palestinos”, “Cessar-fogo já” e “Palestina livre”. Ao agradecer o gesto de solidariedade dos presentes ao ato, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, ressaltou que o genocídio contra o povo palestino precisa parar.

“O genocídio está sendo visto por todo o mundo, mas o mundo oficial está inerte. Porém, as massas estão nas ruas, seja nos Estados Unidos, no Reino Unido, e em várias outras capitais e cidades mesmo de países que trabalham contra a independência da Palestina e os direitos de seu povo. Agradeço a presença de todos vocês aqui, dos embaixadores de vários países. Vejo que o povo palestino não está sozinho”, disse ele sendo imediatamente aplaudido pelos presentes no auditório.

Além do embaixador da Palestina compareceram ainda os embaixadores da Argélia, Egito, Irã, Líbia, Líbano, Qatar, Síria, Tunísia, Turquia, Liga Árabe, Cuba e Venezuela. O chefe da Missão da Liga Árabe no Brasil, Qais Shqair, também condenou a invasão das forças armadas de Israel na Faixa de Gaza.

“Seria verdade o que a imprensa vem divulgando de que Israel está enfrentando uma guerra? O que vemos são as forças israelenses bombardear escolas, hospitais, mesquitas e destruindo cidades inteiras, matando milhares de civis, entre crianças, mulheres e idosos. Então é esse o ‘direito de Israel de se defender’? Nós da Liga Árabe, que congrega 57 países árabes e muçulmanos, temos a causa palestina como a nossa 1ª causa. Nossa proposta de paz é a criação do Estado Palestino, com seus limites definidos referente a 5 de junho de 1967 e tendo como sua capital a cidade de Jerusalém”, afirmou.

No dia 5 de junho de 1967, Israel atacou países árabes que faziam fronteira com seu território e anexou áreas que praticamente triplicaram o tamanho do Estado judeu. Na chamada “Guerra dos Seis Dias”, o Egito perdeu a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, da Síria foram tomadas as Colinas de Golã, e a Jordânia perdeu a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém.

Parlamentares, embaixadores e lideranças cobram o cessar-fogo imediato de Israel contra a Palestina. Foto: Thiago Coelho

Genocídio contra o povo palestino

Representantes de entidades palestinas no Brasil também condenaram os ataques promovidos pelas forças de Israel na Faixa de Gaza. O presidente do Instituto Brasil-Palestina, Ahmed Shehada, por exemplo, disse que apenas um cessar-fogo imediato pode acabar com a matança na região.

“Viemos hoje aqui na missão de proteger a vida, a paz e pedir um cessar-fogo, enquanto o outro lado (de Israel) não tem vergonha de defender o genocídio e a matança de crianças. O resultado dessa agressão prova que o povo palestino está do lado do direito internacional e não ao lado do fascismo, da limpeza étnica e do genocídio”, apontou.

Petistas a favor da paz

Vários parlamentares petistas discursaram durante o ato. Todos eles condenaram o massacre que vem sendo praticado por Israel e defenderam os termos da Carta divulgada no evento. Além de denunciar os bombardeios que completam hoje (8/11) um mês e as mais de 10 mil mortes já ocorridas na Faixa de Gaza, metade de crianças, os parlamentares defendem ainda no documento um cessar-fogo imediato na região para garantir corredores humanitários que permitam a entrada de ajuda aos palestinos e a saída de brasileiros que se encontram perto da fronteira com o Egito.

Ao defender a proposta, o deputado Padre João (PT-MG) destacou que uma atitude mais enérgica em relação a Israel precisa ser tomada para evitar a continuidade das mortes na região. “Qual o crime que Israel ainda não cometeu (nesse conflito)? Só o nuclear! Israel já matou mulheres e crianças e mesmo os locais onde se poderia esperar um mínimo de segurança, como hospitais, escolas e mesquitas, não foram perdoados dos ataques. Por isso não podemos nos silenciar e nem nos omitir”, afirmou.

Na mesma linha, a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que a solidariedade demonstrada no Ato também precisa transbordar para ações mais duras contra o Estado de Israel. “Temos visto horrorizados os bombardeios a hospitais e ambulâncias, pais escrevendo o nome nos corpos dos filhos para depois poderem identificá-los, e ainda o povo palestino ser expulso de suas casas para seu território ser anexado por Israel. Não podemos compactuar com um Estado que está assassinando o povo palestino”, declarou.

Também discursaram durante o Ato em defesa dos palestinos os embaixadores da Líbia, Síria, Argélia, Cuba e Venezuela. Dentre as entidades, usaram a palavra representantes da Federação Árabe-Palestina (Fepal), da UNE, dos Judeus Pela Paz, do Comitê Nacional Palestino, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e site Ópera Mundi.

Entre os petistas, discursaram ainda a deputada Carol Dartora (PR) e os deputados Fernando Mineiro (RN)Tadeu Veneri (PR) Alexandre Lindenmeyer (RS). Também se manifestaram vários parlamentares do PSOL e do PCdoB.

Fonte: Héber Carvalho – PT na Câmara

Fotos: Thiago Coelho

Notícias recentes

BUSCA RÁPIDA