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No Paraná, Lula celebra retorno da Petrobras forte e a serviço do Brasil

“Cá estamos nós.” Dita após uma breve pausa no discurso, com essa frase o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sintetizou sua visita ao Paraná, nesta quinta (15/8), para reativar uma fábrica de fertilizantes pertencente à Petrobras, cujas atividades haviam sido suspensas em 2020, e para anunciar a expansão de uma refinaria da estatal, ambas na cidade de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

Um pouco antes da frase, Lula havia chorado ao lembrar dos 580 dias em que ficou preso, na capital, como consequência da Operação Lava Jato e da decisão de “um juiz insignificante”, conforme disse. Ele também recordou que a Lava Jato e, na sequência, ações de governos “que não pensam no Brasil”, resultaram na interrupção de projetos, obras e plantas que estavam em operação, como a Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados SA (Ansa), retomada nesta quinta, sob o atual Governo Federal e sob a nova presidência da Petrobras.

O Governo Federal está aplicando R$ 900 milhões na volta da Ansa, que deve operar plenamente a partir do segundo semestre de 2025, e mais R$ 3,2 bilhões na Refinaria Presidente Vargas (Repar). As iniciativas marcam a volta da Petrobras à produção de fertilizantes e também o aumento da capacidade de refino e produção de insumos da Repar. Da refinaria, por exemplo, resíduos vão se tornar parte da matéria-prima para a produção da Ansa, localizada próxima. O projeto de expansão da Repar inclui a produção do chamado diesel R5, menos poluente, porque tem 5% de óleo vegetal em sua composição.

A presidente da empresa, Magda Chambriard, fez a entrega de uma amostra do diesel R5 a Lula e disse, em seu discurso, que o presidente da República havia presenciado o início das pesquisas do novo combustível, em 2006, em outra visita à Repar, durante seu segundo mandato. Magda destacou ainda que a Petrobras tem previstos investimentos de R$ 60 bilhões para ampliar a capacidade do parque de refino e R$ 6 bilhões para impulsionar a fabricação de fertilizantes. Os projetos fazem parte do planejamento estratégico da empresa para o período de cinco anos.

“O presidente Lula me deu a missão de movimentar a Petrobras, porque a Petrobras ajuda a movimentar o PIB do Brasil. É isso que estamos fazendo hoje”, disse a presidente. Segundo ela, os investimentos anunciados vão gerar aproximadamente 30 mil empregos só no Paraná. 215 dessas novas vagas foram formalizadas durante a cerimônia, quando foram readmitidos profissionais demitidos durante o governo anterior, que pretendia vender a Ansa.

“Parabéns ao povo que decidiu salvar a Petrobras da privatização”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fazendo referência ao retorno de Lula à Presidência. “Ao povo que decidiu salvar o Brasil da bagunça do governo anterior”, completou. Silveira afirmou que a Anan estava paralisada por “incompetência, má-fé e entreguismo”. Em termos técnicos, a fábrica de fertilizantes estava “hibernada”, situação em que uma planta industrial de alta tecnologia deixa de produzir, mas não é desligada por completo, o que danificaria irremediavelmente os equipamentos.

O ministro fez menção à importância do movimento sindical, que vinha pressionando pela manutenção e posterior retomada da fábrica de fertilizantes desde que a planta entrou em hibernação. “O movimento deu um exemplo de como união e perseverança podem mudar a realidade”, disse. Silveira dirigiu-se ao dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deivid Bacelar, a quem chamou de amigo.

A fabricação de fertilizantes pela Petrobras terá a função de diminuir a dependência do Brasil dos produtos que hoje são importados. Isso vai contribuir para a expansão do agronegócio e para a redução dos preços finais, conforme lembrou a presidente da Petrobras.

Antes da cerimônia, Lula deu entrevista a uma rádio local e criticou o abandono da Ansa e a intenção pretérita de privatizá-la. “Não tem explicação fechar uma fábrica de fertilizantes num país que tem um potencial agrícola gigantesco, e num estado como o Paraná, que tem produção agrícola muito forte. É uma coisa impensável. Então nós estamos recuperando isso. Vamos reinaugurar e fazer um investimento pesado para que ela possa criar 2 mil empregos”, comentou.

Lula, que chorou no início de seu discurso, quando agradeceu o apoio durante seu tempo preso na sede da Polícia Federal em Curitiba – havia muitos petroleiros e dirigentes sindicais na plateia – concluiu sua fala, feita de improviso, afirmando que a Petrobras terá vida para além das atuais reservas de petróleo. “Para nós, a Petrobras não vai acabar nunca. Ela vai ter de se especializar em alternativas [energéticas], como o biodiesel”. Segundo o presidente, “a Petrobras é uma indústria de desenvolvimento”.

Atualmente, a fábrica de fertilizantes Ansa está em processo de contratação de serviços e aquisição de materiais, com previsão de conteúdo local superior a 85%. Após finalizada essa etapa, será realizada a mobilização dos contratos de serviços e manutenção dos equipamentos para o início das atividades.
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a ANSA tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia, o que corresponde a 8% do mercado; 475 mil toneladas/ano de amônia; além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).

“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para o país e para a Petrobras, possibilitando diversificação dos negócios da companhia, integração da cadeia do gás natural e ações de descarbonização em linha com a transição energética. Nossa retomada da participação no mercado de fertilizantes passa por comprovação da viabilidade técnica econômica e vai contribuir para reduzir a dependência nacional da importação de fertilizantes, gerando também emprego e renda”, comemorou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Após um acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho e homologado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), 215 ex-funcionários da fábrica reiniciaram suas atividades. Esses trabalhadores haviam sido dispensados em 2020, quando a fábrica foi hibernada. São essencialmente técnicos especializados no funcionamento da planta industrial e foram recontratados pela subsidiária.

A Petrobras anunciou o também o investimento de R$ 3,2 bilhões, previstos no horizonte do PE 24-28, destinado a paradas de manutenção e projetos de investimento na Repar. Serão gerados cerca de 27 mil empregados diretos e indiretos. Entre os projetos, está prevista a implantação de uma nova unidade de hidrotratamento de médios (HDT), que tem por finalidade o aumento da produção de diesel S10, além de projetos de melhoria de eficiência energética, visando uma menor pegada de carbono nas operações e aumento de carga de destilação, para acréscimo da produção de derivados e atendimento ao mercado.

Diesel R, menos poluente
A Repar é pioneira na produção do Diesel R, combustível produzido por coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60% em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior a depender da matéria-prima utilizada.

A Repar atende cerca de 15% da produção nacional de derivados de petróleo e 85% do abastecimento vai para os estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A capacidade instalada é de 33 mil m³/d ou 207.563 bbl/d e os principais produtos são o diesel, gasolina, GLP, coque, asfalto, óleos combustíveis, QAV, propeno, óleos marítimos.

A Petrobras anunciou o investimento de R$ 3,2 bilhões, previstos no horizonte do Plano Estratégico, destinado a paradas de manutenção e projetos de investimento na Repar. Serão gerados cerca de 27 mil empregados diretos e indiretos. Entre os projetos, está prevista a implantação de uma nova unidade de hidrotratamento de médios (HDT), que tem por finalidade o aumento da produção de diesel S10, além de projetos de melhoria de eficiência energética, visando uma menor pegada de carbono nas operações e aumento de carga de destilação, para acréscimo da produção de derivados e atendimento ao mercado.

Volta com força
Em 2023, a Repar bateu recordes de produção de mais de dez anos. A produção de gasolina foi de mais de 3,4 bilhões de litros, superando em 3% o recorde de 2012. O volume total de vendas de gasolina pela Petrobras, na área de influência da Repar, foi o maior da série histórica, superando em 4,8% a marca anterior, de 2022. A produção de asfalto (CAP 50/70) atingiu 453 mil toneladas, um aumento de 0,5 % em relação a 2010, ano do recorde anterior.

A Repar é pioneira na produção do Diesel R, combustível produzido por coprocessamento (processamento conjunto) de derivados de petróleo (parcela mineral), com matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse novo combustível é uma alternativa sustentável no ciclo diesel, pois a redução das emissões associada à parcela renovável é de ao menos 60% em comparação com o diesel mineral, podendo ser até maior a depender da matéria-prima utilizada.

A unidade atende cerca de 15% da produção nacional de derivados de petróleo e 85% do abastecimento vai para os estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A capacidade instalada é de 33 mil m³/dia ou 207.563 bbl/dia e os principais produtos são o diesel, gasolina, GLP, coque, asfalto, óleos combustíveis, QAV, propeno, óleos marítimos.

Com informações da Agência Gov e Petrobras
Foto Ricardo Stuckert/PR (Magda Chambriard, Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira, Lula e Deivid Bacelar participam da cerimônia)

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