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No G7, Lula reafirma protagonismo brasileiro na transição energética

Em sessão ampliada do encontro de algumas das maiores economias do mundo no Canadá, Lula defende desenvolvimento sustentável e inclusivo, condena crescente onda de conflitos armados e cobra empoderamento da ONU para restabelecer a paz

Um modelo de transição energética sustentável e inclusivo, pautado na cooperação internacional e em benefícios mútuos. O líder brasileiro alertou que a rivalidade entre países tem comprometido avanços em áreas essenciais, como o combate à fome e preservação ambiental.

A expansão de parques eólicos e solares e a descarbonização do setor de transportes e da agricultura dependem de minerais estratégicos. É impossível discutir a transição energética sem falar deles e sem incluir o Brasil”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

» Confira a íntegra do discurso do presidente

O presidente afirmou que o Brasil está na linha de frente da transição energética global, e entende que a corrida por minerais estratégicos não deve repetir os ciclos de exploração predatória realizados no passado.

“Contamos com a maior reserva mundial de nióbio, a segunda de níquel, grafita e terras raras e a terceira de manganês e bauxita. Mas não repetiremos os erros do passado. Durante séculos, a exploração mineral gerou riqueza para poucos e deixou rastros de destruição e miséria para muitos”, apontou, ao frisar que países em desenvolvimento precisam participar de todas as etapas das cadeias globais de minerais estratégicos, incluindo o beneficiamento.

Durante a fala, o presidente pontuou que o mundo ainda resiste em aceitar que a diversificação é chave para a segurança energética e ressaltou que o Brasil foi pioneiro em investir em energias renováveis em larga escala. “Somos hoje o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, fomos pioneiros no desenvolvimento de motores flexíveis. Nossa gasolina tem 30% de etanol em sua composição e nosso diesel conta com 15% de biodiesel. Veículos híbridos já são realidade na nossa indústria automobilística. Estamos na vanguarda na produção do hidrogênio verde e do combustível sustentável de aviação”.

CONFLITOS — Lula voltou a criticar a escalada de confrontos armados e reiterou a posição brasileira contrária ao uso da força como caminho para resolver disputas internacionais. “Todos nesta sala sabem que, no conflito na Ucrânia, nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”, disse.

VIOLÊNCIA – Ao abordar a situação no Oriente Médio, Lula classificou como inaceitável a matança de civis e o bloqueio que tem provocado fome generalizada na população palestina e criticou a escalada de violência entre Israel e Irã. “Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”, afirmou. “Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”.

ONU — Lula defendeu ainda a retomada do protagonismo da Organização das Nações Unidas nas negociações de paz. “No Haiti, a comunidade internacional permanece indiferente ao cotidiano de caos e atrocidades perpetradas pelo crime organizado. O vácuo de liderança agrava esse quadro. Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz: é o momento de devolver o protagonismo à ONU”, concluiu.

G7 — O G7 reúne algumas das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, bem como a União Europeia. O tema principal do segmento de engajamento externo deste ano é a segurança energética, com ênfase em tecnologia e inovação, diversificação e viabilização de cadeias produtivas de minerais críticos, infraestrutura e investimentos. Esta é a nona participação do presidente Lula em cúpulas do grupo. O Brasil mantém com os membros do G7 permanente diálogo sobre temas da agenda internacional, seja de forma bilateral, seja no âmbito do G20 e de organismos internacionais nos quais o Brasil e os membros do G7 interagem.

Fonte: site do Planalto
Foto: Ricardo Stuckert/PR

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