Nesta semana, concedi uma entrevista para o telejornal matinal de uma grande emissora de televisão, falando sobre um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, prevendo a obrigatoriedade de implantação de hortas urbanas em empreendimentos habitacionais conduzidos pelo poder público. Trata-se do PL 4074/21, do qual sou coautor e que tem como objetivo ajudar a combater a insegurança alimentar ao mesmo tempo que gera renda, especialmente para moradores das periferias.
Na entrevista, foquei nestes dois pontos: o combate à fome e a geração de emprego e renda, mas é preciso dizer que eles não dão conta de tudo que representa um projeto como este. Mesmo que não seja em um condomínio ou conjunto habitacional, mas em uma única casa, pequenas atitudes como cultivar uma horta trazem enormes benefícios, individuais e coletivos, inclusive no enfrentamento às emergências climáticas.
Permeabilizar parte do quintal de uma casa, permitindo a penetração da água para fazer a horta, por exemplo, traz enormes benefícios para o solo e também ajuda no combate às enchentes e alagamentos. Há ainda o fator terapêutico de cuidar das plantas, já que este contato com a natureza e com o tempo biológico das plantas, muito diferente do nosso tempo cronológico, ajuda a acalmar e combater o stress.
Eu mesmo, em minha casa tenho não apenas uma horta urbana, mas algumas árvores (inclusive frutíferas), um sistema de captação de água da chuva e uma composteira doméstica, aonde destino os resíduos orgânicos de tudo que minha família consome. Sei que tenho uma situação privilegiada e que nem todos podem fazer o mesmo, mas quem puder adotar uma ou duas medidas como estas, certamente estará ajudando não apenas a sim mesmo.
Além disso, o último relatório do IPCC, divulgado ainda nesta semana, apontou que ações urgentes contra as mudanças climáticas ainda podem garantir um futuro habitável no Planeta Terra. Vamos fazer a nossa parte, além de dar suporte e cobrar a iniciativa privada e o poder público para que também façam as suas, para construirmos juntos um País justo e sustentável.
*Artigo de autoria do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP)