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Nilto Tatto: “É preciso mudar a forma de existir no planeta”

Sempre que falamos em Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ou de transição ecológica, a primeira coisa que vem à cabeça de quem não está familiarizado com os temas, é que ambos tratam de questões distantes do contexto das cidades, onde vive 61% da população brasileira. De pronto, se imagina um conjunto de ações para preservar ou recuperar o meio ambiente, como se nós, humanos de hábitos urbanos, estivéssemos desconectados dele.

Este é o primeiro equívoco. A diversidade socioambiental brasileira inclui não apenas a fauna e a flora, a terra e as águas, mas todos os povos e culturas do campo, das florestas, das águas e, porque não, das cidades. Nós, humanos, somos parte indissociável da natureza. Garantir um meio ambiente equilibrado é tão importante para o conjunto da população brasileira, inclusive no meio urbano, que passou a figurar como direito de todos na Constituição cidadã de 1988.

O segundo ponto é que, se os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ou a Transição Ecológica fossem políticas destinadas exclusivamente à preservação e recuperação ambiental, eles já se justificariam pela importância inequívoca para a manutenção da vida no planeta. A complexidade e abrangência dos ODS, bem como da Transição, no entanto, vão muito além: são mudanças na forma de existir no planeta, que consideram os modelos de produção; construção; ocupação; transporte; consumo; oferta de bens e serviços; coleta, tratamento e destinação de resíduos e muito mais.

Para se ter uma ideia, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 17 ODS, que vão da erradicação da pobreza e combate à fome, passando pela saúde, educação e combate a todo tipo de desigualdade, sem deixar para trás a promoção do salário decente e crescimento econômico, bem como o cuidado a água potável, o saneamento e até a requalificação das cidades. Estão inclusos ainda objetivos relacionados ao consumo e produção responsáveis, aos enfrentamentos às mudanças climáticas, a promoção da paz e da justiça.

Construir uma agenda voltada à transição ecológica e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável é, portanto, olhar para praticamente todos os problemas oriundos da nossa forma de existir no planeta de forma global e buscar soluções específicas dentro de um contexto mais amplo, para garantir condições de vida digna e equilibrada para todas as formas de vida, nesta e nas futuras gerações.

Fonte: artigo do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP)

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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