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Moema Gramacho: “Prefeitas e vereadoras priorizam ações para garantir direitos das mulheres”

A menos de um ano para a realização das eleições legislativas, a prefeita de Lauro de Freitas (BA), cidade da região metropolitana de Salvador, Moema Gramacho, em entrevista para a Secretaria Nacional de Mulheres do PT, falou sobre a importância da ocupação de mulheres progressistas nos espaços de poder e decisão. “Se somos mais da metade da população e mãe da outra metade, por que ainda somos extremas minorias nesses espaços?”, questiona.

Segundo levantamento realizado pelo Instituto Alziras , no período de 2017 a 2020, o Brasil contou com apenas 649 prefeitas, resultando 12%, ante 88% de homens, com 4.915 prefeitos.

Gramacho, que foi reeleito nas últimas eleições com 50,77% dos votos, também é vice-presidente da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) para assuntos de Gênero, presidente do Consórcio da Policlínica de Saúde e diretora da Federação dos Consórcios, além de compor a Direção Nacional do PT. Além disso, foi eleita “Melhor Prefeita das Américas” pela Organização Brasil Américas.

A mandatária defende que a esquerda  deve se organizar, a partir das principais bandeiras defendidas pelas mulheres: “As parlamentares de esquerda, bem como as executivas, têm um legado importante de projetos que viraram leis em defesa das mulheres e de ações nos municípios e estados que trouxeram ganhos substanciais às políticas públicas de gênero”, afirmou.

Ela destaca políticas, leis e ações que foram capitaneadas por mulheres como cotas, capacitação, empoderamento feminino e prevenção à violência de todas as formas, inclusive a violência política de gênero, Saúde da Mulher, Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAMs); Ronda Maria da Penha, Casa da Mulher Brasileira, Centro de Referência à Mulher Vítima de Violência e Hospital da Mulher.

Entretanto, Gramacho ressalta que não é o fato de uma pessoa ser mulher que necessariamente ela construirá pautas que sejam benéficas para os brasileiros: “É importante também ressaltar que não basta ser mulher. Vocês viram o equívoco que foi a ministra do desgoverno (Damares Alves). Portanto, os partidos políticos de esquerda precisam incentivar as mulheres a participarem da vida política, serem candidatas e apoiarem política e financeiramente as campanhas de mulheres que se comprometam com nossa luta para eleger mais mulheres no poder!”

Questionada sobre se há um modo de gestão típico das mulheres, a ex-deputada federal afirmou afirmativamente: “As mulheres nos executivos municipais fazem a diferença, sim. Porque, diante de tantas coisas que a população precisa, é necessário definir prioridades para as mulheres prefeitas, além das vereadoras. [É preciso] priorizar propostas e ações que garantam os direitos das mulheres, consequentemente, e até comprovadamente das famílias, até pela cultura da sociedade brasileira que delegou historicamente às mulheres o ‘cuidar’ da família.”

“Quando entrei na prefeitura de Lauro de Freitas, em 2005, a coisa que fiz foi criar a primeira Secretaria Municipal de Políticas Para as Mulheres, a primeira municipal do país. E, logo depois, o Centro de Referência às Mulheres Vítimas de Violência Lélia Gonzalez (CRLG), com atendimento jurídico, psicológico, de capacitação e autonomia financeira para que as mulheres se libertem do agressor. Criamos também o Conselho da Mulher e implantamos o município de Ronda Maria da Penha, dentre outros. Temos conhecimento de muitas outras políticas implantadas por prefeitas mulheres em todo o país e de projetos de lei de várias vereadoras também”, revelou.

Desafios diante da Prefeitura 

“Estamos fazendo obras grandiosas no município como esgotamento sanitário e macrodrenagens na cidade toda”, observa. “Com isso, as grandes enchentes não acontecem mais. Importante destacar que inovamos com o Hospital Escola, dentre outras ações de saúde, além de estarmos implantando escolas novas e energia solar nestes equipamentos com ar condicionado nas salas”.

“Dentre tantas outras ações, não se vê o tratamento isento de repercussão de tanta coisa positiva, apenas a concentração nos “buracos”, como se nada mais acontecesse acontecendo no município e nem falam dos buracos tapados diariamente”, reflete.

Mensagem para as mulheres que irão disputar prefeituras em 2024

“O recado que passo para nossas companheiras é que perdemos o medo, buscamos participar dos espaços públicos e privados de poder. Se vocês acham que podemos melhorar mais quaisquer leis e ações que, até então, os que delegamos para realizar ainda não fizeram, por que você não tenta entrar na política para fazer acontecer? Ou se somar aos que ajudaram a eleger para dar mais força? Pense nisso: precisamos colocar mais mulheres nos espaços de decisão de nossas vidas! Felizes, mulheres, 2024 vem aí! Uma sobe e puxa a outra!”

Convite para encontro municipalista 

Em novembro, entre os dias 7 e 9, em Brasília, será realizado o IV Encontro Nacional de Municípios , organizado pela ABM. A iniciativa vai reunir prefeitos, prefeitas e gestores públicos das cinco regiões do Brasil, além de contar com representantes do governo federal como ministros e ministros.

Segundo a Associação, “uma programação foi construída para oferecer três dias de múltiplas experiências com o foco na construção de uma melhor gestão para as prefeituras brasileiras. O público terá acesso a apresentações de temas relevantes para a gestão pública, além de participar de espaços para networking e troca de experiências, com o objetivo de promover a formação de parcerias sólidas e o compartilhamento de melhores práticas.”

Por fim, Gramacho destacou uma atividade para os prefeitos e os prefeitos: “Este evento é extremamente importante porque vai tratar de temas que têm muito a ver com a vida dos municípios e com a necessidade de fortalecermos a nossa luta por mais conquistas. Também precisamos aproveitar o Governo Lula, que se preocupa com o municipalismo brasileiro. As mulheres devem participar porque podem apresentar propostas e, ao mesmo tempo, já irem se preparando para as eleições acompanhando as ações da ABM.”

Fonte: Da Redação do Elas por Elas, com informações do Instituto Alziras e ABM

Foto: Divulgação

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