A ministra Anielle Franco participou na manhã desta quinta-feira (9), do Seminário “Relações Internacionais, Política Externa e Igualdade Racial: Reflexões em Homenagem a Mônica de Menezes Campos”, no Palácio Itamaraty.
Realizado pelo Instituto Rio Branco com apoio da Fundação Alexandre Gusmão, o evento fez uma homenagem à Mônica de Menezes Campos, primeira diplomata negra aprovada no concurso de admissão da carreira em 1978, e falecida precocemente em 1985.
A mesa contou com as presenças da Secretária-Geral das Relações Exteriores, Embaixadora Maria Laura da Rocha; Diretora-Geral do Instituto Rio Branco, Embaixadora Glivânia Oliveira; Presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, Embaixadora Márcia Loureiro; Presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge dos Santos Rodrigues; Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Ricardo Galvão e do Chefe de gabinete do Ministro de Estado de Relações Exteriores, Embaixador Ricardo Monteiro.
O acordo de cooperação técnica 01/2023 assinado entre os Ministérios da Igualdade Racial e das Relações Exteriores, Fundação Cultural Palmares, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico prevê a ampliação de oportunidades de acesso aos quadros do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e incentivo ao ingresso de pessoas negras na carreira diplomática, mediante a concessão de bolsas-prêmio destinadas ao custeio de estudos preparatórios ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD).
Em seu discurso, a Ministra Anielle Franco destacou a importância do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, das conquistas do movimento negro, dos acordos assinados em âmbitos nacional e internacional para o combate ao racismo e da criação do primeiro Ministério da Igualdade Racial do Brasil.
“Entregaremos no 20 de Novembro um grande pacote da Igualdade Racial do Governo Brasileiro, expresso no compromisso do nosso Presidente Luís Inácio Lula da Silva e nas diversas políticas desenvolvidas pelos ministérios”, celebra.
Anielle Franco ressaltou ainda que a realização do seminário colabora para a trajetória da diplomacia negra no Brasil e para a promoção do debate, fortalecimento e preservação da memória como forma de reparação e reescrita da história que começa mais não se encerra nas ações afirmativas.
Nós estamos trabalhando incansavelmente para desenhar um outro futuro, esse amanhã que a gente tanto deseja construir é fruto da institucionalização da agenda de equidade étnico-racial pelo governo brasileiro nestes últimos 20 anos”, reforça.
Por fim, a Ministra anunciou a presença do Ministério da Igualdade Racial na COP 28, prevista para acontecer em dezembro de 2023, como um reforço da agenda do Brasil na esfera da justiça climática e enfrentamento ao racismo ambiental.
Memória da Resistência – Representando o Ministro Mauro Vieira, a Embaixadora Maria Laura da Rocha destacou que a criação do Ministério da Igualdade Racial sob liderança da Ministra Anielle Franco foi uma excelente notícia para política externa e que a parceria entre os ministérios tem sido e será vital para recuperar a credibilidade e a capacidade de atuação construtiva do Brasil nos debates internacionais de igualdade racial.
Em sua fala, destacou também a ampla reforma que está sendo realizada na sede do Palácio Itamaraty no Rio de Janeiro e dos achados históricos atribuídos aos escravizados de origem africana encontrados no trabalho de refundação do prédio. O material está sendo catalogado e fará parte da mostra permanente do Museu Histórico Diplomático. Dessa forma, o Palácio Itamaraty passará a integrar o circuito de recuperação da memória negra do centro do Rio, conhecido como Pequena África, que inclui a Pedra do Sal e os sítios arqueológicos do Cemitério dos Pretos Novos e do Cais do Valongo.
Fonte e foto: Ministério da Igualdade Racial (MIR)