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Lindbergh Farias: “Extrema direita no Brasil tem histórico de tentativa de golpe e atos terroristas”

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) explicou durante pronunciamento no plenário da Câmara, nessa quarta-feira (19/10), que a tentativa de golpe do último dia 8 de janeiro e os atos terroristas e violentos que antecederam a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, tem o “DNA” da extrema direita que atua no País desde a época da ditadura militar e que ainda hoje mantém laços com o bolsonarismo. O parlamentar disse ainda que para o Brasil evitar que episódios como estes ocorram novamente é preciso punição severa a exemplo do que foi sugerido no relatório final da CPMI do Golpe, que indiciou 61 pessoas, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante o discurso, o petista lembrou os métodos utilizados por bolsonaristas para tentar impedir a posse de Lula. Ele recordou que o quebra-quebra na área central de Brasília e a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal no dia da diplomação do atual presidente (12 de dezembro de 2022), a tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília (24 de dezembro de 2022) ou ainda a depredação da sede dos três poderes (no 8 de janeiro) – todos com participação comprovada de bolsonaristas -, guardam similaridade com a atuação da extrema direita que tentou impedir a redemocratização do País.

Atentado do Riocentro

Como exemplo, Lindbergh recordou a tentativa fracassada de atentado no Riocentro (RJ), planejado e praticado por militares do Exército. Várias bombas foram preparadas para explodir durante um show de MPB em comemoração ao 1º de Maio, em 1981, com cerca de 30 mil pessoas presentes. O objetivo seria causar o maior número de vítimas e jogar a culpa em movimentos de esquerda. No entanto, o plano fracassou após uma das bombas ter explodido dentro de um carro que levava dois militares. Um morreu e outro ficou gravemente ferido.

“Olhem, eu estou convencido de que aqui no Brasil, desde lá de trás, há uma facção de extrema direita, extremamente violenta, que apela, em vários momentos da história, para ações terroristas. Volto lá atrás, para a base de tudo, para o General Sylvio Frota, comandante do Exército no Governo [Ernesto] Geisel, que fez um movimento claro para impedir a abertura democrática no País. Quem estava junto do General Sylvio Frota? Quem era seu ajudante de ordens? O ajudante de ordens era o General Heleno”, explicou.

Carta-bomba na OAB

O deputado Lindbergh lembrou ainda que na época do então ministro do Exército, Sylvio Frota, ocorreu também o atentado na sede do Conselho Federal da OAB, localizada do Rio de Janeiro. Na ocasião (27 de agosto de 1980), recordou o petista, uma carta-bomba explodiu após ser aberta por Lyda Monteiro, secretária do presidente do Conselho Federal da OAB, provocando sua morte. O atentado ocorreu justamente na época em que a OAB insistia na identificação de agentes de segurança suspeitos de terem cometido um atentado contra o jurista Dalmo Dallari, em São Paulo.

O petista lembrou ainda que o próprio ex-presidente Bolsonaro, quando era capitão do Exército, respondeu a um inquérito militar ao ser acusado de planejar atentados terroristas no Rio de Janeiro em protesto contra os baixos salários na caserna.

“Ora, senhores, nós estamos falando de uma ação terrorista. É a mesma turma. São os mesmos métodos. Bolsonaro, o jornalista Luiz Maklouf, da revista Veja, fez um livro sobre um seu plano de explodir bombas em quarteis, e uma bomba no sistema de água do Rio de Janeiro, o Sistema Guandu”, relembrou Lindbergh.

Aeroporto de Brasília

Segundo o deputado carioca, a turma da extrema direita do passado continua atuando nos dias atuais. “Essa turma sempre agiu desse jeito. A turma que tentou explodir uma bomba no aeroporto no dia 24 de dezembro, no Natal, é a mesma turma que tentou fazer aquele que seria o maior ato terrorista do País, matando mais de 30 mil pessoas, no Riocentro. São os mesmos das cartas-bombas, que mataram Lyda Monteiro. São os mesmos filhotes do General Sylvio Frota, lá atrás”, detalhou.

Punição pedagógica

Diante dos fatos ocorridos durante a ditadura militar, e nos mais recentes após a vitória do presidente Lula em outubro de 2022, Lindbergh Farias ressaltou que o Brasil precisa punir todo tipo de golpismo e de ataques à democracia. O petista elogiou no discurso o relatório final da CPMI do Golpe do 8 de Janeiro, elaborada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pediu o indiciamento de Bolsonaro e de mais 60 acusados de envolvimento em ações antidemocráticas, inclusive militares de alta patente.

“Acho que o relatório é muito importante, quando diz que não acabou, porque não acabou. Eles são os mesmos e estão aí. Só há um jeito de frear tudo isso: as instituições serem duras e mostrarem sua força. Este plenário da Câmara foi invadido dia 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal foi invadido no dia 8 de janeiro, e o Palácio do Planalto. As pessoas que fizeram aquilo têm que pagar com a prisão. Isso é pedagógico”, finalizou.

Fonte: Héber Carvalho – PT na Câmara

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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