Deputado federal afirma que “esta obra é uma afronta à cidadania e à mobilidade urbana”. Vereadora Luna Zarattini (PT) critica o “higienismo social”
A Prefeitura de São Paulo, do bolsonarista Ricardo Nunes, iniciou nesta segunda-feira (28), uma ação para arrancar a ciclovia no trecho do Minhocão e transformar a área em um estacionamento para carros.
A obra é contestada de maneira veemente pela vereadora Luna Zarattini (PT) e pelo deputado federal e secretário Nacional de Comunicação do PT Jilmar Tatto (PT-SP). Luna denuncia o “higienismo social” e classifica a iniciativa como “sem pé e nem cabeça”. Para ela, este estacionamento é uma tentativa de esconder a pobreza na cidade, na medida em que expulsar bolsas de pessoas em situação de rua que vivem no local, além de causar danos irreparáveis à ciclovia existente.
Implantada na gestão pelo prefeito Fernando Haddad (2013-2016), pelo então Secretário Municipal de Mobilidade e Transporte e atual deputado federal, Jilmar Tatto (PT), a destruição da ciclovia vai resultar em grande perigo para os ciclistas usuários desta região da cidade.
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O projeto de construção do estacionamento prevê que um dos lados da ciclovia passe a ser bidirecional, ou seja, de um mesmo lado circularão bicicletas nos dois sentidos. Com isso, a ciclovia se torna mais estreita o que caracteriza o alto risco para os ciclistas, uma vez que a via tem grande movimento.
O deputado federal Jilmar Tatto considera absurda a iniciativa de Mello Araújo. Em vídeo publicado em suas redes sociais ele afirma que “esta obra é uma frente à cidadania e à mobilidade urbana”. E conclui: “com isso, o prefeito Ricardo Nunes deixa de lado qualquer compromisso com uma cidade mais digna e mais humana para todos”.
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Falta de estudos e avaliação técnica
Em vídeo publicado nas redes sociais, o também vereador petista, Nabil Bonduk, que é arquiteto e urbanista, afirma que a ideia partiu do mesmo vice-prefeito Mello Araújo, mas sem nenhum estudo prévio e sem debates públicos para ouvir a população e muito menos sem qualquer avaliação técnica ou estudo do local.
Segundo a prefeitura, o novo espaço funcionará de maneira experimental, “para avaliação da solução”. É no mínimo estranho que a gestão do prefeito Ricardo Nunes faça tal investimento, com grandes mudanças na mobilidade local, apenas um título de experimento.
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Especialista em mobilidade urbana, Rafael Calabria vê com espanto o avanço desse projeto e observa que milhões de pessoas serão impactadas de maneira direta e indireta. Para ele, “a obra está na contramão do que a cidade precisa para a mobilidade urbana”.
“Além de violar as legislações municipais e federais, o estacionamento vai piorar o trânsito na região, porque vai ter parada de veículo na faixa esquerda; vai ter impacto muito ruim no trânsito da região e a ciclovia, mais estreita, vai ficar muito perigoso”, destacou Rafael Calabria.
Fonte: Redação do PT Nacional
Foto: CMRJ