Investimentos nas áreas de mobilidade urbana que ajudam a escoar o fluxo de carga, ampliam o potencial de geração de empregos, facilitam negócios, incentivam a indústria nacional e auxiliam o país na transição energética. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou, na manhã desta sexta-feira, 29 de novembro, o anúncio de suporte financeiro do BNDES para infraestrutura em São Paulo.
A cidade de São Paulo, com tamanho de país, com mais de 10,5 milhões de habitantes, pode contar com milhares de ônibus elétricos, o que vem ao encontro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Nova Indústria Brasil (NIB). Todos os ônibus e baterias são fabricados no Brasil”
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
O evento no Palácio do Planalto contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes. Também estiveram o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o ministro Rui Costa (Casa Civil).
As obras integram o Novo PAC e totalizam R$ 10,65 bilhões em investimentos financiados via BNDES. Envolvem a expansão do metrô de São Paulo, a extensão do Rodoanel Norte, o trem entre a capital paulista e Campinas e a aquisição de 1.300 ônibus elétricos. Alckmin ressaltou as virtudes da democracia na construção e consolidação de políticas públicas e a atuação republicana do governo em prol do interesse público.
“A cidade de São Paulo, com tamanho de país, com mais de 10,5 milhões de habitantes, pode contar com milhares de ônibus elétricos, o que vem ao encontro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Nova Indústria Brasil (NIB). Todos os ônibus e baterias são fabricados no Brasil. Passou de 14% o aumento de vendas de veículos leves e pesados no Brasil neste ano”, destacou.
O presidente do BNDES enfatizou que o banco tem histórico consolidado de apoio e financiamento em São Paulo. “Historicamente, o BNDES financiou, em 25 anos, R$ 81 bilhões para o estado. Nos últimos dez anos, R$ 23 bilhões. Hoje, vamos anunciar quatro contratos de R$ 10,65 bilhões. É um esforço grande, praticamente metade do que tivemos nos dez anos recentes”, destacou Mercadante.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, saudou a parceria entre as esferas municipais, estadual e federal. “Estamos dando um passo extremamente importante. É uma celebração, uma parceria fundamental para São Paulo. Estamos falando do aporte de recursos, da liberação de operações de crédito do BNDES para empreendimentos extremamente relevantes. Isso mostra a relevância do Novo PAC e a importância do papel do BNDES, que foi, é e sempre será esse grande vetor de desenvolvimento”, disse.
O ministro Rui Costa reforçou o respeito ao Pacto Federativo como diretriz essencial da gestão do Governo Federal. “O presidente Lula exigiu dos ministros uma relação absolutamente respeitosa, garantindo a cada estado aquilo que o povo merece. É a vontade do presidente de fazer esse país grande, moderno e capaz de responder aos desejos e às necessidades do povo brasileiro”, frisou.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sublinhou a importância de investimentos que promovam qualidade de vida aos moradores de São Paulo. “Hoje, passamos a ter uma nova etapa no conceito de várias políticas. A questão da responsabilidade fiscal, de poder ter a prefeitura de São Paulo, o estado, a capacidade de tomar recursos e, assim, investir em benefício da população, neste trabalho super importante e conjunto com o Governo Federal. O presidente Lula sabe o quanto é importante a gente fazer todas as nossas ações pensando na população, no usuário, e entregar as ações pensando não na cabeça de quem entrega, mas de quem vai utilizar”, assinalou.
AS OBRAS
METRÔ — A Linha 2 Verde do Metrô de São Paulo atualmente liga a Vila Madalena à Vila Prudente e será prolongada por 8,2 km. Ganhará oito novas estações até a Penha, onde haverá integrações com a Linha 3 (Vermelha) e a Linha 11 (Coral). A extensão vai exigir a necessidade de 44 novos trens. O investimento total é de R$ 6 bilhões, com R$ 3,6 bilhões para os trens e R$ 2,4 bilhões na obra civil. O financiamento do BNDES ao Governo de São Paulo refere-se aos trens e garante que sejam produzidos pela indústria nacional. O projeto tem previsão de conclusão até dezembro de 2028 e vai atender 1,2 milhão de pessoas diariamente.
RODOANEL — O Rodoanel Mário Covas interliga as 12 rodovias que cortam a Região Metropolitana de São Paulo. Facilita o tráfego, especialmente de caminhões, e melhora o acesso ao porto de Santos. Em março de 2023 foi realizado o leilão da PPP do Rodoanel Norte. O trecho tem características de rodovia de 120 km/h, com pista dupla separada por canteiro central. Conta com 19,7 km de vias em quatro faixas e 26,1 km de vias em três faixas, além de 14 túneis. O projeto deverá desviar o tráfego de cerca de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis da Marginal Tietê por dia. O contrato inclui a mitigação de impactos ambientais, com 14 passagens de fauna. O investimento total é de R$ 3,4 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões destinados à finalização. O financiamento do BNDES é de R$ 1,35 bilhão. A expectativa é de gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos ao longo da execução da obra.
TREM INTERCIDADES — O trem intercidades vai conectar São Paulo a Campinas, numa intervenção que deve gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos e beneficiar 11 municípios e 15 milhões de pessoas. O trem de média velocidade atinge até 140km/h. O investimento total é de R$ 14,5 bilhões, com R$ 6,4 bilhões de financiamento do BNDES para apoiar o aporte do Governo de São Paulo no Eixo Norte da obra. O financiamento foi dividido em duas etapas, sendo a etapa atual, assinada em Brasília, no valor de R$ 3,2 bilhões. A segunda etapa, de mesmo valor, será assinada em 2025. O serviço expresso entre as duas cidades terá 101 quilômetros de extensão, com serviços paradores entre Francisco Morato e Jundiaí e conexões com os trens intermetropolitanos e a linha 7-Rubi do metrô de São Paulo.
ÔNIBUS ELÉTRICOS — Com a prefeitura de São Paulo, o BNDES assinou contrato de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos de fabricação nacional. “São ônibus produzidos no Brasil, porque esse é um diferencial fundamental: tudo que o BNDES faz tem que ter conteúdo local. Isso sinaliza um avanço importante. Temos 117 mil ônibus a diesel no Brasil. O Brasil é o segundo país que mais anda de ônibus. Temos um desafio gigantesco e uma oportunidade que é a migração do ônibus a diesel para o ônibus elétrico. Iniciamos hoje uma trajetória muito promissora”, pontuou Aloizio Mercadante.
Foto: Ricardo Stuckert/ PR