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Gleisi Hoffmann cobra investigação sobre denúncia de compra de votos em mais de 80 municípios

Presidenta do PT se posicionou após a Folha de S. Paulo noticiar que, conforme o TSE, 82 cidades, a maioria com menos de 10 mil habitantes, tiveram aumento de 20% a 46% em seu eleitorado a partir da transferência de títulos de outras localidades

“Gravíssima a suspeita de fraude envolvendo pequenos e médios municípios nas eleições de 2024. Democracia se constrói, acima de tudo, com transparência e honestidade”. Assim a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, classificou as irregularidades reveladas pela Polícia Federal (PF) e publicadas pelo jornal Folha de São Paulo que apontam para um esquema de cooptação em massa de eleitores entre municípios.

“A compra de votos em massa por meio da transferência coletiva e ilegal de títulos de eleitores entre uma cidade e outra, pode ter sido decisivo para o resultado nas urnas. Vamos acompanhar a investigação da Justiça Eleitoral e da PF”, escreveu Gleisi em seu perfil na rede social X, após a Folha publicar reportagem sobre as prisões decretadas pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal a partir de investigações em todo o Brasil devido às transferências em bloco de domicílio eleitoral.

 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 82 cidades, a maioria com menos de 10 mil habitantes, tiveram um aumento de 20% a 46% em seu eleitorado a partir da transferência de títulos de outras localidades. Do total, 58 cidades registraram mais eleitores formais do que a própria população residente.

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Para a PF, os suspeitos são candidatos a prefeito e vereador dessas cidades. Com promessas de dinheiro ou benefícios, eles teriam convencido eleitores de municípios vizinhos a fazer a mudança de domicílio eleitoral.

Comprovantes falsos

Nos últimos meses, a Folha mapeou junto à Justiça Eleitoral e Polícia Federal prisões, operações e investigações em diversos municípios devido a transferências em bloco de domicílio eleitoral, “o que em algumas cidades pode ter sido determinante para a eleição fraudulenta de prefeitos e vereadores”, publicou o jornal em matéria publicada no último sábado (7).

Para transferir o local de votação, o eleitor precisa comprovar vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional ou comunitário com a nova cidade. “Segundo as investigações, há indícios de uso de contas de luz, água e esgoto como comprovantes de residência falsos emitidos por servidores públicos”, publicou a Folha.

Em Elesbão Veloso (PI), cidade onde Ronaldo Barbosa (PP) derrotou Dr. Cleriston (PT), o número de eleitores também superou o de habitantes. Em maio, a Justiça cancelou transferências de eleitores por terem apresentado como prova de residência contas de luz falsas.

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Em agosto, a PF deflagrou a Operação Águas Rasas devido à suspeita de fraude em 126 transferências de título para a cidade, todas por meio de comprovantes falsos, alguns emitidos pela empresa de água e esgoto do estado. De acordo com a polícia, o suspeito de produzir os documentos era um servidor público e candidato a vereador, informou a Folha.

Goiás

Ainda segundo a Folha, Goiás foi o estado com o maior número de cidades que elevaram em mais de 20% o número de pessoas aptas a votar. Entre as 19, Guarinos foi a que registrou maior aumento de eleitores (46%), е Davinópolis, onde o eleitorado oficial (4.405) é mais do que o dobro do que toda a população contada pelo IBGE.

“Além das ações judiciais, eleitores em vários estados foram presos em flagrante tentando transferir o título com documentação falsa. Em Correntina (BA), por exemplo, a juíza eleitoral da região chamou a polícia em abril após duas pessoas supostamente tentarem promover a fraude no cartório eleitoral”, divulgou o jornal.

A Folha listou ainda vários outros casos como Divino das Laranjeiras (MG), com 4.178 habitantes e eleitorado de 4.968 pessoas, e também cidades em que a Justiça cancelou transferências de votantes por terem apresentado como prova de residência contas de luz falsas.

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Fonte: PT Nacional, com informações da Folha de S. Paulo
Foto: Divulgação

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