Iniciativa da presidência brasileira é inédita e vai ouvir vozes de populações dos países que integram o G20. Credenciamento para a população em geral já está aberto
Com mais de 200 atividades autogestionadas, ou seja, organizadas pelas entidades da sociedade civil, o G20 Social promoverá, no Rio de Janeiro, a primeira Cúpula Social do grupo que reúne as 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana. O anúncio da programação definitiva do evento foi feito nesta quinta-feira (7/11) pelo ministro Márcio Macêdo, em entrevista para o Bom Dia, Ministro na EBC. No encontro, representantes de populações dos países do G20 vão poder participar dos debates finais sobre o texto que está sendo construído desde agosto, inclusive por meio da internet na plataforma Brasil Participativo que disponibilizou o texto para consulta pública, e que vai integrar um documento a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 16 de novembro.
No dia 14 de novembro, a partir das 14h, haverá a cerimônia de abertura com a presença do ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, da primeira-dama Janja da Silva, do embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de Margareth Menezes, ministra da Cultura, de Morgan Ody, representante da Sociedade Civil Internacional e de Edna Rolland, representante da Sociedade Civil Brasileira.
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Já no dia 15 de novembro, segundo dia do G20 Social, será dedicado a três plenárias para discutir os três eixos propostos pela presidência brasileira ao G20: Combate à fome e às desigualdades, mudanças climáticas e sustentabilidade e nova governança global. A primeira plenária, dedicada a debater o combate à fome, pobreza e desigualdades, reunirá o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Nosipho Nausca-Jean Jezile, representante permanente da África do Sul junto à FAO e presidente do Comitê de Segurança Alimentar (CSA), Ibrahima Coulibaly, do Mali, presidente da Organização Pan-Africana de Agricultores (PAFO) e Elisabeta Recine, representante da Sociedade Civil Brasileira e presidente do CONSEA.
A segunda plenária será dedicada a debater sustentabilidade, mudança do clima e transição justa e terá debatedores como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Laurence Tubiana, da França, economista, diplomata e Negociadora chefe do Acordo de Paris, uma liderança indígena brasileira e Adriana Marcolino, representante da Sociedade Civil Brasileira e Diretora Técnica do DIEESE.
A terceira plenária do dia vai discutir a reforma da governança global e terá nomes como Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, Yildiz Temürtürkan, da Turquia, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres, o escritor coreano Ha Joon Chang, economista, professor e autor do best-seller internacional “Chutando a Escada” e Antonio Lisboa, representante da sociedade civil brasileira, da Confederação Sindical Internacional (CSI).
No dia 16 de novembro, os participantes do G20 Social poderão ouvir a leitura do texto final do documento a ser entregue ao presidente Lula durante a cerimônia de encerramento. A ideia é que o texto seja lido por vários representantes da sociedade civil e os participantes aclamem o conteúdo produzido ao longo de todo o processo do G20 Social. Na mesa de encerramento estarão o ministro Márcio Macêdo, Oliver Röpke, representante da sociedade civil internacional e presidente do Comitê Econômico e Social Europeu (CESE) e Mazé Morais, representante da sociedade civil brasileira. Imediatamente após será feita a cerimônia de entrega do documento final ao presidente brasileiro e ao presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que assume a presidência do G20 em 2025. A cerimônia também terá a presença de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tawakkol Karman, Prêmio Nobel da Paz em 2011 e representante da sociedade civil internacional e de Ceres Hadich, representando a sociedade civil brasileira.
Durante os três dias do G20 social, 150 barracas integrarão a programação com produtos como alimentação, artesanatos, publicações e serviços.
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Como participar
A Cúpula do G20 Social poderá ser visitada e contar com a participação de qualquer pessoa. O credenciamento para a população em geral segue aberto até dia 12/11.
O credenciamento é bem simples. Basta acessar AQUI e preencher com nome completo, e-mail, CPF ou passaporte e mais alguns dados pessoais.
Com o credenciamento será possível participar das atividades no Espaço Kobra, Armazém 2, Armazém 3, Armazém Utopia e Museu do Amanhã. Todos no território do G20 Social. Mas atenção: a entrada nos espaços é sujeita à lotação por questão de segurança. E a retirada dos crachás será feita no Espaço Kobra a partir do dia 14/11.
A Cúpula Social é o ponto alto de um trabalho desenvolvido ao longo de 2024 entre governo, sociedade civil, movimentos sociais e populares para ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades dos grupos de engajamento e nos grupos de trabalho, coordenados pelos ministérios, além de estimular eventos independentes dos movimentos sociais. O objetivo primordial foi gerar conteúdo e propostas consistentes que pudessem chegar aos processos decisórios do G20.
O Brasil dá um passo inédito que garante espaço para as diferentes vozes, lutas e reivindicações das populações dos países que integram o Fórum das economias mais potentes do mundo. Liderando pelo exemplo, o país pretende que a marca da participação se consolide daqui pra frente em todas as próximas Cúpulas dos chefes de Estado do G20.
Foto: Roberta Aline/ MDS