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Flavinha e o afeto na política: “não basta ser técnico e conhecer Santo André, é preciso compreender e interagir afetivamente com as pessoas”

A enfermeira e gestora Flávia Sanchez, mais conhecida em Santo André como “Flavinha o afeto cura”, recebeu um convite especial da professora Bete Siraque: sair pré-candidata a vereadora. Feliz e surpresa, pediu algumas horas para responder, antes iria consultar a família, marido e filhos. Com a aprovação de todos, aceitou a missão e desde 21 de julho, junto com Bete Siraque e outros companheiros e companheiras, sua candidatura foi homologada em convenção pelo Diretório do PT na cidade.

“Fiquei muito feliz e honrada com o convite da Bete Siraque, ela teve notícia dos meus projetos por uma amiga comum e agora me incentiva a apresentá-los nessa eleição”, explicou.

Flavinha nasceu e sempre viveu em Santo André, primeiro na Vila Luzita, depois na Vila Helena, hoje mora na região do Curuça. É gestora de equipes num hospital privado – coordena o trabalho de 400 colaboradores – e conta que uma das suas principais virtudes é saber lidar e conviver com pessoas.

O afeto cura

Dentre suas experiências profissionais na área da saúde, uma a marcou para sempre. Flavinha atuou como Coordenadora da Ouvidoria do Hospital da Mulher de Santo André, no Parque Novo Oratório. “Eu coordenava seis departamentos do hospital e tinha contato direto com a população, pois percorria todas as alas da instituição e ouvia pacientes e seus familiares”, explicou. E de tudo o que ouvia nessas conversas, ela ficou marcada pela questão da violência contra a mulher. “Era o que mais me atingia”, disse.

Ela mesma já havia sido vítima de violência psicológica num primeiro casamento e acabou tendo que se tornar a única responsável pela criação dos filhos, além da manutenção da casa. “A vítima, quando sofre esse tipo de violência – e eu sei o que é isso – se vê numa situação extremamente difícil e precisa de assistência e orientação. Foi a esse tipo de coisa que passei a me dedicar com mais força e com algo fundamental para quem segue esse caminho: o afeto. Aprendi isso quando eu mesma fui vítima com meus dois filhos. E o afeto me ajudou a vencer”, conta Flavinha.

Há 12 anos afastada de qualquer atividade política, encarou o convite de Bete Siraque como um “chamado”, uma chance de ampliar e levar ao poder público esse tipo de ação. É que mesmo depois de sair do Hospital da Mulher, ela continuou informal e voluntariamente a realizar um trabalho assistencial e de orientação: “As pessoas tinham o meu telefone e me procuravam, então eu ia ajudando no que podia, fazendo encaminhamentos e tudo mais”.

Violência contra a mulher

No caso da violência contra a mulher, Flavinha quer que o serviço público trabalhe sob essa ótica e já tem projetos para isso. Ela quer que mulheres vítimas de violência, principalmente as de baixa renda e muitas vezes sem formação profissional, sejam não apenas atendidas em suas necessidades mais urgentes, mas que também recebam formação para retomarem suas vidas. Ela lembra ser de fundamental importância as medidas protetivas previstas em lei para esses casos, mas diz que é preciso fazer mais para atender as vítimas devidamente. “Por isso insisto em incluir no tratamento a essas pessoas a questão afetiva. É que além de ser um ato humanitário, vai tornar ainda mais eficientes as outras ações, contribuindo para dar autonomia a essas vítimas para retomarem suas vidas, que é o que elas precisam. Como sempre digo, não basta ser técnico e conhecer Santo André, é preciso compreender e interagir afetivamente com as pessoas. Este sempre foi o meu diferencial no trabalho que desenvolvo, seja no serviço público ou na iniciativa privada. É isso que quero levar adiante”, concluiu Flavinha.

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