MENU

“Eu quero reconstruir a indústria naval”, afirma Lula ao contratar navios para transporte de petróleo

É o primeiro contrato a ser assinado pela Transpetro no âmbito do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. Serão quatro navios da classe Handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, da cerimônia de contratação de quatro navios da classe Handy da Transpetro, subsidiária integral da Petrobras, e do consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren. As embarcações, com valor de US$69,5 milhões cada uma, serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira.

“Eu resolvi recuperar a Petrobras e a indústria naval, porque construir a indústria naval não foi uma tarefa fácil. Vocês sabem que, desde 2002, a gente tem brigado pela indústria naval. Esse país tem 8 mil quilômetros de costa marítima. Esse país jamais poderia prescindir de uma indústria de cabotagem, jamais. Porque o ideal para um país como o Brasil é o sistema de transporte no qual você usa trem, navio, caminhão”, afirmou Lula.

De acordo com o presidente, 95% do transporte de exportação do país é por navio. “Eu quero reconstruir a indústria naval, porque um país que tem uma bela indústria naval se torna competitivo no comércio internacional. E o que a Magda [Magda Chambriard, presidenta da Petrobras] veio anunciar aqui é apenas o começo”, enfatizou.

Eu quero reconstruir a indústria naval, porque um país que tem uma bela indústria naval se torna competitivo no comércio internacional”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

MENOS EMISSÕES — Os Handy vão contemplar soluções que garantem maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, as embarcações poderão ser abastecidas com bunker ou biocombustíveis. Como resultado, estima-se reduzir em 30% as emissões em relação aos atuais navios da frota, atendendo às determinações da Organização Marítima Internacional (IMO). Os navios estarão aptos a transportar produtos claros derivados de petróleo, como Diesel Marítimo, Diesel S10, Diesel S500 e gasolina de aviação (GAV).

Esse é o primeiro contrato a ser assinado pela Transpetro no âmbito do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A companhia lançou na semana passada a licitação para aquisição de oito navios gaseiros dentro do mesmo Programa. O presidente da subsidiária da Petrobras, Sérgio Bacci, ressaltou que essa é a notícia mais importante para a indústria naval brasileira em mais de uma década. “Estamos no maior estaleiro da América Latina. E confesso que me dava uma enorme tristeza ver essa operação parada, sem obras. Mas este tempo acabou. Na memória dos rio-grandinos, presidente Lula, a sua presença ficará gravada sempre como ponto da retomada de um setor que promoveu uma revolução na economia desta cidade”, disse.

PLANO DE NEGÓCIOS — No Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras está prevista a entrega de 34 novas embarcações, incluindo a contratação de 22 embarcações de apoio marítimo (12 PSC e 10 OSRV) e a construção de 12 navios de cabotagem (4 Handy e 8 Gaseiros). O Programa representa um investimento total de R$13,7 bilhões e a geração de 34.100 postos de trabalho.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que, no último ano, a estatal operou 90% da produção de petróleo do país e que isso tornou o Brasil um grande exportador de óleo cru. “O óleo cru se tornou o grande produto de exportação brasileira. Outro número que faço questão de dividir é que 31% de toda energia primária consumida no nosso país foi fornecida pela Petrobras. O Plano Estratégico 2025-2029 prevê investimentos de US$111 bilhões de dólares em atividades, que vão desde exploração até a produção de petróleo e gás”, contou Magda.

Na visão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os investimentos na expansão da frota da Petrobras representam um marco para o setor marítimo e para a economia do país. “São 44 novas embarcações para a Petrobras até 2029, mais R$24 bilhões de investimentos. É mais apoio marítimo, mais segurança com veículos de resposta às emergências, mais sustentabilidade, mais modernidade no transporte em nossa costa”, destacou ao frisar que serão mais de 44 mil postos de trabalho para brasileiros.

GERAÇÃO DE EMPREGOS — A reconstrução do Brasil, para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, passa pela geração de empregos de qualidade e pela valorização das políticas sociais. Segundo ele, além do fortalecimento da indústria naval, é essencial retomar políticas públicas, garantindo renda para a classe trabalhadora e impulsionando o crescimento da economia. “Não é só a indústria naval. Nós vamos reconstruir o Brasil, gerar emprego de qualidade, renda. E a partir da renda da classe trabalhadora, nós vamos retomar o crescimento da economia brasileira. E é isso que está acontecendo nesse momento”, resumiu.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatizou a importância da indústria naval e seu impacto positivo na economia do país, e reforçou que o país passou a ter, na atual gestão, o maior índice de emprego e renda. “Estamos fazendo um grande volume de investimentos na aviação do estado. Serão quase R$2 bilhões de investimentos nos aeroportos do Rio Grande do Sul”, destacou o ministro.

SEGUNDA LICITAÇÃO — Na última segunda-feira (17), no Terminal da Baía de Ilha Grande, operado pela Transpetro, em Angra dos Reis (RJ), foi lançada a segunda licitação pública internacional da companhia dentro do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A concorrência prevê a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos em dois lotes. Com a contratação, a Transpetro triplicará sua capacidade para transportar GLP e derivados e passará a carregar amônia. A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, considera o aumento de produção de gás natural no país e visa atender à demanda da Petrobras na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

“Por trás desses navios tem produção de conhecimento, tem empresas de projetos, engenheiros, técnicos, tem a turma que quer prosperar, tem o pessoal produzindo conhecimento”, destacou o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O governador em exercício do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, reforçou essa visão, destacando a importância da indústria para o desenvolvimento tecnológico e a qualificação profissional no estado e no país. “Nós estamos muito felizes com a ação do Governo Federal para viabilizar a retomada do polo naval, em especial aqui em Rio Grande, que é um município que realmente precisa enormemente de investimentos nesse setor para que possamos ter a volta e a geração de milhares de empregos”, apontou.

FMM — Impulsionado pelos recursos priorizados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), o setor naval fechou o último ano com R$30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos, incluindo a construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou a importância do FMM para a indústria naval brasileira. “Quero destacar a recuperação da indústria naval. O Brasil cresceu o dobro da média mundial. Um conjunto de medidas foi implementado, incluindo a depreciação acelerada. A indústria naval entrou em um grande programa de modernização e renovação do seu parque industrial. Também foi incluído conteúdo local, além de investimentos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), com juros menores, e da reforma tributária, para incentivar investimentos e a importação no Brasil”, frisou.

Fonte: site do Palácio do Planalto
Foto: Ricardo Stuckert/PR

BUSCA RÁPIDA