Reajuste acima da inflação, plano de carreira, redução do déficit de vagas e melhores condições de trabalho fazem parte de lista que será entregue à Casa Civil do Estado; atividade no Parlamento foi coordenada pelo deputado Reis (PT)
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite da última quarta-feira (30), um encontro de representantes de sindicatos e associações da polícias Civil, Penal e Técnico-científica paulistas, além de veteranos da Polícia Militar. A reunião, coordenada pelo deputado Reis (PT), serviu para finalizar a pauta de negociações da categoria. O documento vem sendo construído entre os trabalhadores em atividades pontuais em suas bases e no Parlamento.
Além da defasagem salarial, a categoria afirma conviver com um déficit de pessoal na casa das 15 mil vagas. “O Governo do Estado já tinha a ideia fixa do reajuste de 5%, que não cobre a inflação dos dois últimos anos. Construímos uma pauta para apresentar à Casa Civil”, confirmou Reis.
De modo geral, a lista apresenta demandas divididas em seis eixos: remuneração, plano de carreira, jornada de trabalho, previdência, saúde dos trabalhadores e prerrogativas da categoria.
“Os delegados de São Paulo estão entre os piores salários do país. Além disso, enfrentamos um déficit gigantesco de profissionais. Essa questão é primordial”, comentou André Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo e coordenador do Fórum Resiste Polícia Civil, que congrega 16 entidades de classe. “Ainda queremos que o Governo negocie a Lei Orgânica da Polícia Civil com os legítimos representantes da base, os presidentes das entidades de classe. Precisamos pular a fase de apenas sermos ouvidos e começar a negociar”, acrescentou.
Já Márcia Gomes, vice-presidente do Sindicato dos Delegados, apontou que o Executivo deveria valorizar “quem prende o criminoso”. Para ela, quem efetivamente garante a sensação de segurança à população merece ser reconhecido. Sobre o déficit de pessoal, Márcia apontou: “Isso compromete significativamente a prestação do trabalho de investigação e o atendimento à população”.
Renato Martins, presidente do Sindicato dos Policiais de Santos e Região, também registrou a sua posição durante o encontro: “Esse Governo não trouxe modernidade e condições de trabalho. Temos unidades insalubres, viaturas sucateadas, coletes vencidos”, disse.
Entrega
Nenhum representante do Executivo, ou mais precisamente da Casa Civil, esteve presente ao encontro na Alesp. O gabinete do deputado Reis, por sua vez, trabalha para a formalização de uma data para a entrega do documento. A intensão é apresentar as reivindicações até o fim do mês de maio.
Assista à transmissão na íntegra da atividade pela Rede Alesp:
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Fonte: Redação Alesp
Foto: Rodrigo Costa