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CPMI do Golpe: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid se cala, mas não consegue esconder a verdade

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid não respondeu a nem sequer uma pergunta feita pelos parlamentares que compõem a CPMI do Golpe, nesta terça-feira (11). Preferiu o silêncio covarde até mesmo quando a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) perguntou a sua idade.

Cid, além de não se enrolar ainda mais, optou pelo silêncio na clara tentativa de proteger Jair Bolsonaro. Mas de nada adiantou. A CPMI já conta com uma infinidade de provas que ligam o tenente-coronel e o ex-presidente a uma tentativa de golpe de Estado.

“O senhor assume para si toda uma culpa que a gente sabe que tem alguém por trás, que seria o principal interessado nesse golpe, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro”, deixou claro o deputado Rogério Carvalho (PT-MG).

O deputado lembrou que, no celular de Cid apreendido pela Polícia Federal, foi encontrada uma minuta golpista de decretação da garantia da lei e da ordem (GLO), de estado de defesa e de estado de sítio para impedir a posse do presidente Lula. E que esse documento estava com a última página encoberta para não mostrar quem o assinaria.

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“Ora, quem poderia assinar a garantia da lei e da ordem e o estado de sítio? O então presidente Jair Bolsonaro. É esse o nome que estava lá. A pergunta que eu faço é se Bolsonaro já tinha assinado a GLO, deixado assinado, ou se lá constava apenas o nome dele”, indagou Correia.

Como Cid, mais uma vez se recusou a responder, Correia o alertou: “O silêncio do senhor pode acobertar o Bolsonaro, mas não vai livrá-lo da prisão”.

Bolsonaro, Cid e uma lista de malfeitos

O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) lembrou que a lista de crimes cometidos pelo faz-tudo de Bolsonaro é longa, incluindo fraude em cartão de vacinação, o que motivou sua prisão (veja no vídeo abaixo). “É incrível como, onde havia um malfeito do Bolsonaro, lá estava Mauro Cid”, ressaltou o parlamentar. 

Rachadinhajoia, vazamento de inquérito sigiloso, lá está Mauro Cid. Milícias digitais, lá está Mauro Cid. Fake news, lá está Mauro Cid. Atos antidemocráticos, lá está Mauro Cid”, prosseguiu, ressaltando que, ao fazer uma declaração no começo da sessão, Cid acabou por implicar ainda mais Bolsonaro. 

“Duas passagens, na fala inicial dele, merecem a atenção de todos nós. Em uma, ele diz: ‘Não estava na minha esfera de atribuições analisar as propostas, projetos ou demandas trazidas’. E o que ele fazia com essas demandas que ele recebia? É a segunda parte da fala inicial dele que merece registro. Ele encaminhava para os setores competentes”, frisou Pereira Júnior.

E quem seriam os setores competentes? O deputado esclareceu: “Ele encaminha sabe para quem? Para o ex-presidente, agora inelegível, Jair Bolsonaro. Essa era a tarefa dele. Pegar as informações e repassar para o presidente. Segundo ele, sem sequer apreciar”.

Homem de confiança de Bolsonaro

Por fim, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) exibiu um vídeo em que Bolsonaro afirmava textualmente que Cid era um homem de sua total confiança. “O vídeo é mais do que suficiente, ele é autoexplicativo, vossa senhoria era responsável por todas as operações e era o chefe do comando das ordens do presidente Bolsonaro”, destacou.

Carvalho lamentou que Cid tenha decidido comparecer à CPMI com sua farda do Exército, “envergonhando a instituição”, e ressaltou alguns dos crimes que, não restam dúvidas, foram cometidos pelo tenente-coronel.

O senador se disse especialmente chocado com o áudio em que o advogado Ailton Barros, amigo de Bolsonaro, disse saber quem eram os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. “Por que não denunciou o advogado Ailton, que disse que sabe quem matou Marielle? Essa pessoa circulava em todos os ambientes do Palácio do Planalto, em todos os anexos e diz que sabe da coisa toda. O senhor sabe quem matou Marielle?”, finalizou Carvalho.

Cid provoca mais uma denúncia

Cid chegou à CPMI protegido por uma decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe deu o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo, mas o obrigava a esclarecer outros assuntos.

Como ele claramente descumpriu a ordem da ministra, ficando calado em todas as perguntas, o presidente da comissão parlamentar mista de inquérito, deputado Arthur Maia (União-BA), anunciou que seria obrigado a apresentar uma denúncia contra Cid ao Supremo Tribunal Federal, uma vez que ele claramente estava desrespeitando uma decisão da Corte.

“A ministra do Supremo (Cármen Lúcia) determinou que, aquilo que não o incriminasse, ele tinha a obrigação de responder, uma vez que ele não está aqui apenas como depoente, mas como testemunha. Cabe, obviamente, a esta CPMI tomar as medidas cabíveis”, afirmou Maia.

Fonte: da Redação do PT Nacional

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