Representantes da CUT, Centrais Sindicais e movimentos populares foram às ruas nesta terça-feira, 20, em lugares de grande circulação de pessoas no país e cidades com sedes do Banco Central; Confira
Os protestos fazem parte de uma campanha nacional contra os juros abusivos que vigoram no país. As manifestações marcam o Dia Nacional de Luta Contra os Juros Altos e a Política Monetária do Banco Central e também estão agendadas para esta quarta-feira (21), em locais de grande circulação de pessoas nas cidades onde o BC não tem sede. Em são Paulo, o ato será às 10h, na Avenida Paulista, n° 1.804 (prédio do BC).
Em Brasília, na frente da sede do Banco Central, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, protestou contra a permanência do presidente Roberto Campos e reafirmou que a atual política imposta por ele é um crime contra o país.
“Se não baixar a taxa de juros, já temos uma audiência marcada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, porque sabemos que o Senado pode afastar Campos Neto do cargo e, na nossa visão, há motivo para isso, porque o presidente do BC está sabotando o crescimento do país”, afirma Sérgio Nobre. “A visão dele de Brasil foi derrotada nas urnas, em 2022; Campos Neto é um bolsonarista e deveria entregar o cargo”, complementa o presidente nacional da CUT ao garantir: “Não vamos sair das ruas enquanto esse camarada estiver à frente do Banco Central”.
Em São Paulo, também em frente à sede do BC, centrais sindicais e movimentos organizaram manifestações. No ato, a vice-presidente da CUT, Juvândia Moreira, afirmou que Campos Neto está no BC a serviço do sistema financeiro.
“Campos Neto está a serviço dos banqueiros, do mercado financeiro, contra o povo brasileiro. Os juros altos do BC causam desemprego, retração da economia, impedem investimentos que geram emprego e transferem renda da população para os ricos, os investidores, especuladores – aqueles que investem em títulos da dívida pública, que ganham dinheiro com juros altos”, disse Juvandia .
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O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, ressalta que a atual Selic reduz a oferta de empregos e torna os incentivos no mercado financeiro mais interessantes do que na produção.
“O trabalhador se prejudica em duas questões, na minha opinião: no emprego, porque com a taxa de juros alta não há investimento na produção, então, ele é desempregado. E com juros altos ele não pode comprar”.
Para o sindicalista, é preciso um equilíbrio entre a manutenção da atividade econômica e o controle da herança. “Muita resistência na questão da liberdade, você acaba também levando o país a uma recessão. Então é fundamental que os técnicos entendam que momento nós estamos passando”.
Programação da jornada
A campanha nacional foi lançada no dia 16 em São Bernardo do Campo, em uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC).
Nesta segunda-feira, 19, foi realizado um tuitaço nacional (#JurosBaixosJá) para denunciar a política do BC, com engajamento das entidades sindicais filiadas à CUT, além de uma intensa mobilização pelas Brigadas Digitais da CUT, Comitês de Luta e organizações populares para ocupa as redes sociais.
De acordo com a CUT, outros atos estão sendo organizados em vários locais do país. Nesta terça, 20, começou a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá se estender até quarta, 21, quando o órgão anunciará se a taxa Selic irá se manter no mesmo patamar, 13,75%, índice mantido desde agosto de 2022.
A deputada federal e presidente do PT Nacional, Gleisi Hoffman (PT-PR), convoca a sociedade brasileira para participar dos protestos em todo o país. Ela reforçou a necessidade de um movimento amplo e de soma com o presidente Lula para mudar a situação do povo brasileiro, que sofre com o crescimento das dívidas.
Fonte: PT Nacional, com informações da CUT
Foto: Divulgação/ CUT