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ACNUR destaca legado de Danilo Santos de Miranda à frente do Sesc e como grande incentivador da cultura no Brasil

São Paulo, 31 de outubro de 2023 – A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) recebe, com enorme tristeza, a notícia do falecimento do sociólogo, filósofo e diretor do Sesc SP Danilo Santos de Miranda, ocorrido neste domingo (29/10), em São Paulo. O ACNUR oferece suas sinceras condolências à sua família e seus amigos e amigas pela inestimável perda. 

Danilo Miranda esteve à frente do Sesc SP por 55 anos, sendo responsável pelo crescimento de uma das maiores instituições culturais do país. Seu trabalho foi dedicado à ampliação da cultura, da educação, do esporte e de atividades sociais a todas as pessoas, inclusive refugiadas, buscando nesses pilares a inclusão e a valorização das diversidades.  

Em vida, foi um colaborador regular dos trabalhos do ACNUR, atuando em diferentes projetos para fortalecer o acolhimento e o contínuo processo de integração das pessoas refugiadas. Danilo esteve à frente do processo que garantiu acesso gratuito aos serviços prestados nas diferentes unidades do Sesc SP pela disponibilização de carteirinhas da instituição. Além disso, incentivou a participação das pessoas refugiadas em eventos culturais como saraus de literatura, feiras de artesanato, apresentações artísticas, mostras de cinema, atividades esportivas e recreativas. 

Para garantir maior autonomia a população refugiada no Brasil, sob sua liderança o Sesc SP realizou cursos de português para essas pessoas em diferentes localidades do estado, presencialmente e virtualmente, sem os deixar para trás durante a pandemia de COVID-19. E para ampliar as plataformas de expressão dos refugiados, Danilo disponibilizou espaços e recursos para criação e continuidade da notória Orquestra Mundana Refugi, reunindo diferentes musicistas brasileiros e de outras nacionalidades. 

“Poucos fizeram tanto pela integração local de refugiados em São Paulo como o Professor Danilo. Sob sua orientação, as diferentes unidades do Sesc SP promoveram, nas últimas décadas, feiras de empreendedores refugiados, português como língua de acolhimento, apresentações artísticas, capacitação de professores, vivências gastronômicas e muito mais. São Paulo tornou-se ainda mais diversa, acolhedora e cosmopolita graças a ele”, afirmou o Representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli.  

Como forma de trazer mais informações sobre a causa das pessoas refugiadas, Danilo buscou ampliar o conhecimento popular neste tema por meio de produção de matérias e conteúdos digitais nos canais do Sesc, como na Revista E e no canal Sesc TV. Também foi responsável pela implementação do projeto Refúgios Humanos, uma formação de professores da rede municipal de São Paulo sobre o tema do deslocamento forçado, realizado em parceria com o ACNUR.  

Por meio dessas tantas iniciativas e diversas ações continuadas implementadas pelo Sesc SP, Danilo Miranda deixa um legado inspirador e de sólidos caminhos a serem permanentemente reafirmados em favor da democracia, dos valores éticos e do fomento às expressões que dialogam com a multiplicidade de pensamentos.  

A falta que Danilo já faz é um incentivo para que a cultura das pessoas refugiadas continue sendo um vetor de transformação social pelos conhecimentos e valores que a diversidade agrega em uma sociedade em constante transformação, em que a cultura é um elemento de reflexão coletiva para a permanência da paz. 

Fonte: ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ou Agência da ONU)

Foto: Divulgação/ Sesc

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