Mais uma vez – e possivelmente poderão ainda acontecer outras vezes – o Presidente Jair Bolsonaro teve que se dirigir a um hospital e ser internado com problemas no transito do trato gastrointestinal. Obviamente esses problemas são decorrentes da colostomia e das intervenções cirúrgicas que ele sofreu nos últimos anos, nesses órgãos do trato gastrointestinal.
Bolsonaro já vinha com sinais e sintomas nos últimos dias, que sinalizavam essa possibilidade. Na sexta-feira (9), ele cancelou a participação em um jantar, depois vieram à tona as informações sobre os episódios de soluço e, pelos informes que nós temos, tem um quadro de obstrução intestinal, que é decorrente das cirurgias no trato gastrointestinal.
Bolsonaro chegou a fazer uma colostomia, que levou a um corte de um pedaço do intestino e, posteriormente, mesmo com a reconstrução do intestino, ele possui um quadro no trato gastrointestinal pode vir a ter obstruções como essa que está ocorrendo, que geram os refluxos e que acabam levando aos soluços permanentes. Vamos aguardar mais informações sobre o estado de saúde do Presidente.
O que é abominável é a forma como Bolsonaro trata isso, sobretudo com as postagens que ele fez na última quarta-feira (14). Com uma foto sua em situação de internação no hospital, Bolsonaro tenta mais uma vez fazer uma associação aos partidos de esquerda, ao episódio da facada. E todos nós sabemos o impacto que isso teve no momento eleitoral.
Bolsonaro está no seu pior momento do governo, um governo acuado que está com a tatuagem estampada de governo corrupto, sobretudo com os avanços das investigações no âmbito da CPI.
A pandemia continua sem controle, a vacinação lenta, e vivemos um retalho na recuperação econômica do país. E Bolsonaro, ao invés de enfrentar com seriedade um problema que ele possui na área da sua saúde – que nós esperamos um pleno retorno e uma plena recuperação – ele tenta fazer e espalhar mentiras e ilações político-partidárias sobre os episódios sobre o quais ele passou.
Assim como Bolsonaro se apropriou politicamente do chamado “episódio da facada”, na minha opinião, ele tem procurado se apropriar politicamente desse novo episódio do seu problema de saúde.
A ele desejamos pronta recuperação para que venha para o embate político cara a cara, de frente, sobre o desastre e o genocídio que é o seu governo.
*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal eleito pelo PT-SP. Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad.