Durante sua apresentação em um painel, a titular do MGI apontou ações para impulsionar investimentos em infraestrutura com agilidade, sustentabilidade e valorização do serviço público
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reforçou o compromisso do governo federal com o fortalecimento do Estado brasileiro como alicerce para um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A ministra participou do Fórum 2025 da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). O evento marcou os 70 anos da entidade e reuniu representantes dos Três Poderes, empresas e especialistas para debater caminhos para ampliar os investimentos em infraestrutura no país.
Ao integrar o painel “Desafios para o avanço da infraestrutura”, a ministra apresentou as ações em curso para reestruturar órgãos estratégicos, como o IBAMA e as agências reguladoras, e dar mais agilidade aos processos relacionados a grandes projetos de investimento. Esther Dweck destacou os avanços recentes da política econômica e o papel central da recomposição do funcionalismo público para destravar gargalos operacionais.
A ministra foi enfática ao reforçar a autorização de concursos e convocação de servidores para o Ibama, com reestruturação de carreira e reajuste salarial. Segundo Esther Dweck, o novo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) terá um bloco específico voltado às agências reguladoras, com foco em cargos técnicos e especializados.
“As agências vão participar do novo CPNU. Vai ter um bloco focado nas agências, na área de nível médio – mais técnico e especializado para fazer o serviço – justamente para que a gente possa qualificar e ter mais gente trabalhando nas agências.”
Ela destacou ainda que o MGI está promovendo a transformação de cargos e a extinção de funções obsoletas, para garantir mais eficiência e preparar o Estado para os desafios atuais: “Nosso compromisso é garantir essa capacidade do Estado brasileiro.”
A ministra também ressaltou que o esforço do governo tem se concentrado em ampliar a capacidade do Estado por meio da digitalização de processos e da modernização institucional.
“A visão nossa foi começar a dimensionar a necessidade de uma força de trabalho. E a gente percebeu que as agências são essenciais para a gente ter investimentos privados, uma das coisas que a gente preza muito. Nosso esforço principal foi de recompor os quadros desses órgãos e aumentar a capacidade deles de trabalhar”, afirmou Esther.
Entre as iniciativas em destaque, estão o Plano de Transformação Digital do Ministério do Meio Ambiente, a integração com o Novo PAC e a criação de uma secretaria adjunta voltada à articulação entre infraestrutura e sustentabilidade. A ministra frisou a importância de fortalecer as capacidades estatais com investimento em pessoal qualificado e tecnologia.
“Na nossa visão, a gente precisa reconstruir as capacidades do Estado brasileiro. E essas agências são áreas que a gente está olhando com muita atenção para aumentar a capacidade delas, tanto orçamentária, mas, principalmente, de pessoal e de tecnologia”.
O painel reuniu representantes de diferentes áreas estratégicas do setor público e privado. Ao lado da ministra Esther Dweck, participaram o ministro do Tribunal de Contas da União, Antônio Anastasia; o subsecretário de Reformas Microeconômicas e Regulação Financeira do Ministério da Fazenda, Vinicius Brandi, além de gestores e especialistas que contribuíram com o debate.
Antônio Anastasia defendeu soluções extrajudiciais para reduzir a judicialização nas parcerias público-privadas. “Nós estimulamos sempre a arbitragem, a mediação, a conciliação, que são figuras colocadas na legislação brasileira. Esse tema do consenso é algo que veio positivamente para ficar, com apoio não só dos órgãos governamentais, mas, sobretudo, do setor privado”, afirmou.
Vinicius Brandi ressaltou a importância social dos investimentos em infraestrutura. “O setor de infraestrutura é fundamental para a vida das pessoas e tem impacto direto no desenvolvimento social, no desenvolvimento humano das pessoas, nos serviços públicos”, reforçou.
Maís Moreno, por sua vez, destacou que a definição de prioridades para investimento em infraestrutura deve ser liderada pelo poder público, com diálogo com o setor privado. “Um desafio é o financiamento de projeto. A gente financia elegendo a prioridade. E quem elege a prioridade de financiamento de projetos de infraestrutura não é o privado, o poder público tem um papel aqui”, concluiu.
A proposta do ABDIB Fórum 2025 foi de um espaço estratégico de diálogo entre governo, setor privado e especialistas, com o objetivo de construir uma agenda concreta para estimular os investimentos em infraestrutura e indústria de base no Brasil. A programação do evento contemplou painéis temáticos que reuniram autoridades públicas e executivos de grandes empresas, além de representantes da sociedade civil. Além da ministra da Gestão, o evento contou com a presença de Geraldo Alckmin, presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) na abertura.
Sobre a ABDIB – A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base é uma entidade que atua há sete décadas na promoção do desenvolvimento da infraestrutura e da indústria de base no Brasil. Reunindo mais de 120 empresas públicas e privadas, a Abdib representa setores estratégicos como energia elétrica, petróleo e gás natural, transportes, saneamento ambiental, telecomunicações e indústrias de base. A Associação busca articular agentes públicos e privados para impulsionar investimentos, aperfeiçoar marcos regulatórios e fomentar o crescimento sustentável da economia brasileira.
Foto: Adalberto Marques/MGI