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Promovida pela Professora Bebel, audiência pública na Alesp debate inclusão de pessoas com deficiência na sala de aula

Promovido pela deputada Professora Bebel (PT), evento reuniu mães, especialistas, representantes da sociedade civil e do Poder Público; presentes debateram estratégias para garantir o direito de educação e socialização desses alunos

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta terça-feira (18), audiência pública para discutir a inclusão das pessoas com deficiência na educação. Evento, promovido pela deputada Professora Bebel (PT), trouxe especialistas, formuladores de políticas públicas e ouviu demandas da sociedade civil – principalmente de mães atípicas.

A parlamentar defendeu que a reunião foi uma oportunidade para discutir questões estruturais e também para exigir que todas as famílias de crianças com deficiência tenham direito a um profissional especializado para acompanhá-las no ensino. “Essa questão precisa ser uma política de Estado e garantida pelo Poder Público. E, assim, a educação se torna uma ferramenta para incluir todas as pessoas”, afirmou a deputada Bebel.

Inclusão

Guilherme de Almeida, doutorando em educação pela Unicamp e pessoa autista, falou sobre a necessidade de colocar um limite no número de alunos em sala de aula para que o professor possa dar mais atenção para os alunos especiais e respeitar suas particularidades. Também defendeu a inclusão de aulas de libras nas escolas. “Nós queremos inclusão total. Para todos os espaços. Se não for inclusão para todos não é inclusão”, pontuou.

Almeida também trouxe a sua experiência pessoal na infância para demonstrar como a falta de cuidado com as crianças com deficiência pode trazer consequências para a vida toda. “Para a criança, o êxito escolar é pertencimento. No meu caso, só fui vivenciar o que é ter colegas a partir dos 12 anos de idade. Isso foi muito cruel para mim.”

Valorização

Ana Paula Piu, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo presente na audiência, falou sobre a necessidade da formulação de políticas públicas e da atuação conjunta para garantir que as pessoas sejam de fato incluídas. “A chegada das crianças na escola é apenas a integração. A inclusão só acontece quando todos os profissionais envolvidos nessa grande máquina fazem o seu papel”, disse.

Luciana, moradora de Franca e mãe de um menino autista de 16 anos, participou da discussão na mesa e defendeu a valorização dos professores e profissionais que acompanham o ensino das pessoas com deficiência. “O Estado tem obrigação de fazer aquilo que é direito. A melhor política pública é a gente ser atendido nos nossos direitos sem precisar da judicialização”, comentou.

Acessibilidade

Francisco Alexandre Dourado Mapurunga, representante do Ministério da Educação, defendeu um esforço para tornar mais acessíveis o currículo de formação das escolas. Ele explicou que existe um “paradigma ultrapassado” – fruto de uma política que vigorou até 2008 -, que postula que a educação precisa segregar as salas de pessoas com deficiência para depois integra-las.

“Os resultados não foram bons porque as pessoas que estavam nesse modelo permaneciam na escola especial e poucas conseguiam ir para as salas ‘comuns’, socializar dentro da escola e depois chegar até a universidade”, alertou Mapurunga.

Assista a transmissão, na íntegra, realizada pela TV Alesp:

Confira a galeria de imagens da audiência.

Fonte: Gabriel Eid – Alesp
Foto: Carol Jacob – Alesp

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