A Frente Parlamentar pró-Instituto Federal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, na noite desta terça-feira (26), uma reunião para debater a instalação de 12 novas unidades de ensino no estado. Coordenado pelo deputado Donato (PT), em parceria com Reis (PT), o colegiado quer articular com a sociedade civil, prefeituras e governo federal os melhores locais dentro dos municípios paulistas para receber os aparelhos educacionais.
“Da nossa última reunião para cá, tivemos uma ótima notícia que foi o anúncio de 12 novos Institutos Federais em São Paulo. O movimento aqui é tentar agilizar a construção, mapear localidades e ver quais medidas podemos tomar para que esses IFs sejam instalados em regiões que fazem a diferença, nas regiões periféricas, que precisam muito de um ensino profissionalizante e técnico”, explicou Donato.
A notícia a que Donato se refere é a de que o Governo Federal vai investir na construção de cem novas unidades de Institutos Federais ao redor do Brasil até o ano de 2026. No estado de São Paulo serão 12 novos aparelhos distribuídos pelas cidades de Carapicuíba, Cotia, Diadema, Franco da Rocha, Mauá, Osasco, Ribeirão Preto, Santos, São Paulo (nos bairros do Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), São Vicente e Sumaré.
“Estamos ganhando 12 unidades, quase todas elas na região metropolitana de São Paulo, que é um ganho efetivo para o estado, sobretudo para as regiões de periferia, que são regiões onde temos uma baixa cobertura”, comentou o pró-reitor de ensino do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Carlos Procópio.
Segundo o pró-reitor, o IFSP está presente em 35 cidades paulistas com 37 unidades atendendo cerca de 60 mil alunos em cursos regulares. Com as novas unidades, a previsão é que mais 30 mil vagas sejam disponibilizadas para os jovens do estado.
“A reitoria está disposta a fazer esse diálogo com cada prefeitura para entender quais são as condições da cidade e da região de receber o aparelho. A partir daí, vamos dialogar com o governo, com a Setec [Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica] e com o MEC [Ministério da Educação] para serem instalados em um intervalo de 12 a 18 meses”, detalhou Procópio.
Chegar às periferias
“O objetivo é atender a população mais carente, os jovens periféricos que estão atrás de se formar, de se qualificar. Essas unidades têm que estar próximas às casas deles, porque assim vamos incluir cada vez mais os jovens que precisam desse acolhimento, desse atendimento”, afirmou o deputado Reis.
Para ajudar os parlamentares nessa tarefa de levar os novos IFs para as periferias dos municípios, o evento recebeu representantes de algumas das regiões que vão receber os novos aparelhos de educação. Estiveram presentes movimentos sociais da Cidade Tiradentes, na Zona Leste da Capital, e do Jardim Ângela, na Zona Sul, que já se articulavam pela implementação de campi de Institutos Federais em seus bairros, muito antes do anúncio feito pelo governo.
Moradores da Baixada Santista também compareceram pedindo para que os campi de Santos e São Vicente sejam instalados nas zonas periféricas dos municípios. “No caso de Santos, é muito importante que esse IF vá para a região noroeste, que não conta com um equipamento educacional deste e nenhum de ensino superior, apesar do grande número de residentes”, contou a gestora de políticas públicas e moradora de Santos, Thaisa Torres.
A região noroeste de Santos abriga a maior favela de palafitas do Brasil, o Dique da Vila Gilda, onde residem cerca de 20 mil famílias. “Acreditamos que a educação é uma forma de transformar a vida das pessoas e é muito necessário que a juventude da classe trabalhadora acesse o ensino superior e possa transformar suas vidas através dele”, concluiu Thaisa, que ainda defendeu que os moradores dessas regiões e futuros alunos do IF possam participar do debate de onde será instalado.
Fonte: site da Alesp
Foto: Larissa Navarro