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Confiante no país, Volkswagen anuncia plano de investimento de R$ 16 bilhões até 2028

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira (2), de visita à fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde a montadora alemã ampliou em R$ 9 bilhões os investimentos no Brasil até 2028, em suas quatro fábricas no país. Esse valor será incorporado aos R$ 7 bilhões do ciclo de 2022-2026, totalizando o aporte total de R$ 16 bilhões, mais o lançamento de 16 modelos – dois dos quatro fabricados no Brasil serão produzidos em São Bernardo.

O presidente Lula desfilou em carro aberto junto com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, com o presidente da Volkswagen Brasil, Ciro Possobom, e com o presidente da VW América Latina, Alexander Seitz.

Participaram da cerimônia os ministros Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Márcio França (Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte), deputados estaduais e federais e prefeitos do PT na região, além do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.

Compromissos cumpridos

Em seu discurso, o presidente Lula falou que fica “extremamente feliz” de ter ido à Volkswagen, onde esteve pela última vez como presidente em 24 de março de 2003. “Quando a gente governa um país, uma cidade, um estado, a gente tem de ter determinação do que a gente quer que aconteça no tempo que a gente vai governar. Eu, primeiro, não gosto de utilizar a palavra governar, porque dá uma certa distância de quem está no poder e quem está na sociedade. Eu utilizo muito a palavra cuidar. Eu fui eleito para tentar cuidar do povo brasileiro e da classe trabalhadora brasileira”.

Lula lembrou dos compromissos que fez na última vez que foi à porta de fábrica na Volkswagen, ainda durante a campanha eleitoral. “Eu disse que era preciso gerar emprego, que o povo ia voltar a comer carne. Eu disse que o Brasil ia voltar a ser respeitado no mundo e eu disse que a economia ia crescer. E nós estamos apenas há um ano no governo”, comentou o presidente.

Lula falou que estava feliz com o investimento da Volkswagen no país, que voltou a ter credibilidade. “Mas não é só a Volkswagen. O setor automotivo do país está anunciando R$ 41 bilhões de investimento porque as pessoas voltaram a acreditar nesse país, que voltou a ter contato com o mundo exterior. Esse país vai presidir o G20 neste ano, em novembro, [quando ocorre] a reunião aqui no Brasil das 20 maiores economias do mundo, e esse país vai realizar no ano que vem a conferência sobre o clima. Esse país voltou a ser levado em conta pelo mundo inteiro.”

 

Segundo ele, as coisas estão acontecendo no Brasil. “Eu estou indo na semana vem ao Rio de Janeiro, vou anunciar um instituto federal no Complexo da Maré, um Instituto Federal na Cidade de Deus e em Mauá e Diadema [em São Paulo]. Vou anunciar cem institutos federais nesse país porque, vocês, meninas e meninos, precisam se qualificar para enfrentar esse mundo maluco da inteligência artificial”, comentou.

Emocionado, Lula pediu aos trabalhadores que não esqueçam do “peão”, do metalúrgico que saiu e aprendeu na porta de fábrica como consertar o Brasil. “Eu sou um privilegiado porque eu não tive a chance que vocês vão ter de cursar uma universidade. Eu sou o primeiro presidente desse país sem diploma e tenho orgulho de dizer para essas meninas e esses meninos”, disse Lula

“Eu e o Zé Alencar também não tínhamos diploma, [mas] nós passamos para a história como os caras que mais fizeram universidade na história desse país, que mais colocamos jovens na universidade e que mais fizemos escolas técnicas nesse país porque eu não tive chance de estudar. Mas eu acho que o filho do trabalhador tem de ter chance de estudar. Vocês precisam ter um futuro e o futuro está na educação para que a mulher seja mais independente. É assim que a gente quer a vida”, completou com os olhos em lágrimas.

Onda de investimentos

Lula falou que nunca viu a Alemanha com tanto interesse em investir no Brasil como agora. “Eu fui para Dubai, Arábia Saudita, Catar. Eu nunca vi tanto interesse em fazer investimentos no Brasil. Venham! Venham ajudar a gente a produzir nitrogênio verde, etanol, biodiesel, venham ajudar a gente porque o Brasil não vai jogar fora as oportunidades do século 21. Vamos aproveitar cada oportunidade e fazer com que a gente deixe de ser um país em vias de desenvolvimento e a gente seja um país finalmente desenvolvido.”

O presidente citou alguns dados positivos de seu governo, como o crescimento da massa salarial, que atingiu o seu patamar recorde em 2023, com R$ 295,6 bilhões, crescimento real de 11,7% na comparação com 2022, elevação real de 7,2% do rendimento médio do trabalho, que fechou o ano abaixo de patamar apenas de 2014; o aumento de número de trabalhadores ocupados para 100,7 milhões, alcançando o maior nível desde 2014, e o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 37 milhões, o maior da série histórica.

“Quando a gente é candidato a presidente da República, a gente sabe como é a situação do país. E eu sabia que o Brasil estava numa situação muito degradada. Esse país, ele não foi governado nos últimos quatro anos. Esse país foi desmontado, porque quase todas as políticas públicas que nós tínhamos construído de 2003 a 2015 foram desmontadas. Nem a merenda escolar teve reajuste”, afirmou.

O presidente fez um relato da situação encontrada quando assumiu a Presidência. “Nós encontramos dez mil obras paralisadas, dentre as quais quase três mil de creches. Nós precisamos preparar o terreno para retomar essas obras”, disse, referindo-se à necessidade de abertura de novas licitações para essas obras. “Hoje, recuperamos 80% das políticas públicas que a gente tinha colocado em prática.”

Ele falou sobre a importância do PAC 3, um conjunto de obras de infraestrutura na educação e de saúde. “Esse PAC 3 tem um investimento de R$ 1,7 trilhão. É muito dinheiro, mas a gente precisa fazer isso porque se não fizer cada ministro tenta uma coisa e a gente termina sem concluir um projeto de mudança estrutural do nosso país. Este ano é o ano da colheita”, disse. “Nós encontramos a terra arrasada, nós preparamos a terra, fizemos o manejo, aramos, jogamos semente, adubo e agora é hora da gente começar a colher.”

O presidente comentou também sobre a nova política anunciada por seu governo para o ensino médio, hoje o com maior evasão escolar. “No ano passado, mais de 500 mil jovens abandonaram o ensino médio. Significa que a perspectiva dele para o futuro é muito pequena. O que nós fizemos? Nós criamos uma poupança os estudantes do ensino médio”, relatou, ponderando não se tratar de gasto como chegaram e lhe dizer e, sim, de investimento na educação. “Porque eu quero que milhares de jovens tenham essa oportunidade como essa jovem teve”, disse, referindo-se a uma afrodescendente premiada como a mais importante aprendiz da Volkswagen.

Lula reafirmou que esse país vai mudar definitivamente. “Eu tenho um compromisso com vocês que, até eu deixar a Presidência, quem ganha até cinco mil reais não vai pagar imposto de renda. Eu tenho esse compromisso e vou cumprir”, afirmou. “Eu quero mais emprego, mais educação, eu quero que o nosso povo viva bem. Eu quero que a família brasileira viva em harmonia. Eu quero que a gente construa uma família que viva em paz, alegre, com muito amor e com perspectiva de futuro, e isso quem dá é o emprego, a coisa mais importante na vida de uma pessoa.”

Hoje, o Brasil é segundo país em recebimento de investimentos externos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e resgate da credibilidade brasileira são traduzidos em um forte pacote de investimento do setor automobilístico. Nos dias 24 e 25 de janeiro, o presidente Lula recebeu, respectivamente, empresários da GM, que anunciaram até 2028 R$ 7 bilhões e investimentos, e da montadora chinesa BYD, que vai investir R$ 3 bilhões no Complexo de Camaçari, na Bahia, gerando dez mil empregos.

Confiança no país

O presidente da Volkswagen Brasil, Ciro Possobom, em seu discurso, disse estar orgulhoso dos investimentos da montadora alemã no Brasil. “Nós vamos adicionar, aos já R$ 7 bilhões já anunciados até 2026, [outros] R$ 9 bilhões aqui no Brasil”, afirmou. “A gente está totalizando R$ 16 bilhões da Volkswagen na América Latina até o final de 2028. Este é o maior investimento pós-pandemia de uma montadora no país, que reforça a confiança da nossa marca no Brasil.”

Para o presidente da Volkswagen na América Latina, Alexandre Seitz, o investimento de R$ 16 bilhões no Brasil mostra a confiança institucional da montadora no país. “Estamos dando sinais claros da nossa confiança institucional nesse país e, mais do que isso, no potencial de crescimento da indústria [brasileira]”, afirmou Seitz na cerimônia.

Em seu discurso, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, falou sobre os investimentos que o governo Lula está fazendo para gerar emprego e renda para todos os segmentos da indústria. “Neste ano que passou, nós geramos, arredondando, faltaram 17 mil, para um milhão e meio de emprego com carteira assinada no Brasil, com crescimento do PIB que especialistas diziam que não chegava a 1,5%, chegamos a 3%, né presidente Lula?”, afirmou.

“O presidente Lula já disse, em 2024, os especialistas vão errar de novo porque estão dizendo que o PIB vai crescer de 1,7% a 1.9%. Vão errar de novo pelos projetos liderados pelo presidente Lula não somente para a indústria, mas para o Minha Casa, Minha Vida, infraestrutura, energia, rodovias. Tem um pacote de investimento para todo o segmento de produção do nosso país”, prosseguiu.

Para Marinho, é fundamental a reestruturação da indústria no Brasil. “E é isso que o nosso governo vem fazendo sob a liderança rigorosa de Lula e Alckmin”, O ministro fez o registro um período difícil na década de 1990, quando o então presidente da montadora queria ter fechado a unidade de São Bernardo. Ele relatou conversa com um ex-presidente da empresa que lhe disse o quanto a Volkswagen devia a ele, Marinho, ao presidente Lula, à representação e aos trabalhadores por não deixem fechar a planta de São Bernardo. “Nós evitamos que a Volkswagen cometesse o maior erro da história da montadora no Brasil.”

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, também discursou. Ele afirmou que o caminho para que o Brasil dê certo é a negociação coletiva e cobrou do governo a definição de metas no plano Nova Indústria Brasil. “Quero parabenizar o governo, embora a gente precise de alguns ajustes, talvez, Alckmin, de colocar meta para o PIB. A indústria tem que sair de 10% para ir para 15%. Temos que ter meta de emprego no plano da indústria. Quantos empregos vamos gerar nesse período? Temos que falar para o BNDES, Alckmin, que o dinheiro que o BNDES vai disponibilizar tem que chegar naquele que vai investir”, afirmou Selerges.

Fonte: Da Redação do PT Nacional

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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