O esforço diplomático do governo Lula pela liberação de 32 brasileiros que se encontravam na região da Faixa de Gaza, na Palestina, permitiu que o grupo cruzasse na manhã deste domingo (12/11) a fronteira para o Egito, de onde começará o retorno ao Brasil. O voo da Força Aérea Brasileira (FAB) deve decolar do Cairo, capital egípcia, na manhã desta segunda-feira (13/11).
São 17 crianças, nove mulheres e seis homens que aguardaram mais de 30 dias a permissão das autoridades de Israel, Gaza e Egito para retornar ao Brasil. No grupo, 22 brasileiros e dez palestinos familiares de brasileiros.
“Parabéns para o Itamaraty e à FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa postagem em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).
“O resgate seguro faz parte de um intenso e incansável trabalho do governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, que não admitiu deixar ninguém para trás. Seguimos lamentamos a guerra, mas precisamos reconhecer e parabenizar o esforço da diplomacia brasileira”, destacou o senador Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado.
Na última sexta-feira (10/11), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, detalhou a negociação com o colega israelense, Eli Cohen, do governo de Israel, que permitiu que os nomes dos brasileiros fossem colocados na lista de cidadãos autorizados a atravessar a fronteira com o Egito para deixar a região do conflito.
A autorização para que os brasileiros deixem Gaza é resultado direto do empenho do governo Lula, que prontamente tomou todas as providências para retirar os cidadãos brasileiros da zona de conflito. O governo brasileiro foi o primeiro a começar a resgatar seus cidadãos da região conflagrada, três dias após os ataques terroristas do Hamas.
“O presidente Lula esteve envolvido pessoalmente nas tentativas de negociações, desde o primeiro momento, movendo esforços para contribuir para a paz. Conseguimos trazer muitos brasileiros e brasileiras e, graças a Deus, somos um exemplo para o mundo no que diz respeito ao resgate dos nossos irmãos e irmãs”, disse o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Desde o início da guerra, 1.445 pessoas deixaram Israel e a Cisjordânia em nove voos da FAB – o primeiro ocorreu em 10 de outubro, apenas três dias após o começo do confronto. Assim, o Brasil foi o primeiro país do mundo a conseguir retirar seus cidadãos da região.
“A liberação se dá após um intenso trabalhado de articulação do presidente Lula para garantir a segurança do nosso povo que estava na região de conflito no Oriente Médio”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Já o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), apontou os próximos passos que deverão ser adotados pelo governo Lula com a chegada do grupo que estava em Gaza.
“O governo garantirá acolhimento, documentação e assistência alimentar. Façamos um chamamento pela paz”, reforçou o senador Paulo Paim.
Confira as medidas adotadas pelo governo Lula para trazê-los ao Brasil:
1. O Itamaraty informou, ainda em 9 de outubro, às chancelarias egípcia e israelense e às autoridades responsáveis na Faixa de Gaza, os nomes das pessoas a serem repatriadas;
2. O governo Lula tem mantido permanente contato com o grupo, ao qual deu toda assistência possível, inclusive alojamento em Rafah (cidade ao sul da Faixa de Gaza), itens de primeira necessidade e serviços de telemedicina;
3. Tanto o presidente Lula quanto o ministro Mauro Vieira ficaram em contato permanente com as autoridades desses países para destravar o processo;
4. O governo brasileiro providenciou, há semanas, toda a logística para trazer essas pessoas ao Brasil — ônibus para levá-los pelo terminal de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, e depois até o aeroporto de Cairo, no Egito, onde já se encontra o avião para transportá-los até Brasil.
ACOLHIMENTO
Na chegada ao Brasil, o Governo Federal já tem uma operação de acolhimento montada. Em complemento ao apoio que terão de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Ficarão dois dias hospedados em Brasília numa estrutura da Força Aérea Brasileira.
“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Fonte: Rafael Noronha – PT no Senado; com informações da Presidência da República e do Ministério da Justiça
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