Com discursos emocionados, afetuosos e de admiração, o deputado Eduardo Suplicy foi homenageado na noite desta segunda-feira, 16/10, na Assembleia Legislativa. A cerimônia de entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo reuniu familiares, amigos e políticos de diversos partidos.
“Para nós, da bancada do PT, Suplicy é uma referência. Para a sociedade, ele é um ícone. Por isso, esta é uma homenagem merecida”, afirmou o líder da Federação PT/PCdoB/PV, Paulo Fiorilo. “Suplicy é um vocacionado. Ele faz política por vocação. Aquele que cuida do jardim de todo mundo, não do jardim dele. Ele defendeu durante toda a sua vida a renda básica de cidadania e, agora, dá outro passo importante para a sociedade, a defesa da cannabis medicinal. Isso mostra o que é o Suplicy.”
Os deputados Donato, Reis, Rômulo Fernandes, Simão Pedro, Dr. Jorge do Carmo e Beth Sahão também fizeram suas homenagens, narrando episódios que ficaram em suas lembranças como vivências emblemáticas da longa atuação política e de defesa dos direitos humanos do companheiro de bancada.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado André do Prado, ressaltou os 44 anos de vida política de Suplicy e sua luta contra a desigualdade social. “Depois de 44 anos, ele está aqui conosco nos ensinando todos os dias. É uma honra para esta Casa e para todos os deputados. Você é querido por todos. Todos o amam, todos o respeitam e reconhecem os relevantes serviços que já prestou e presta à sociedade.”
O proponente da homenagem, deputado Barros Munhoz, disse que Suplicy é uma figura que está acima de todos. Está acima da política. “É uma pessoa extraordinária, fantástica. Um exemplo de político.” Ele ressaltou que 50 deputados subscreveram a apresentação da moção, que contou com o apoio de 17 partidos.
Munhoz agradeceu aos companheiros do PT: “Esta homenagem podia ser feita pelo PT. Eu atrapalhei. Sabe por quê? Porque acho que Suplicy transcende ao PT. Neste momento de guerra, de irmãos enfrentando irmãos, eu vejo com alegria imensa, aqui, pessoas que digladiam neste parlamento homenagear alguém que é símbolo de união, de sensatez e de tudo aquilo que a gente almeja que aconteça neste país. Suplicy, muito obrigado por você existir.”
A deputada Lecy Brandão (PCdoB) disse que vê na atual legislatura uma diferença muito grande em relação à passada. “A Casa está em paz. Todos, através da sua presença, se respeitam muito mais. Também fico muito feliz em ver a diversidade nesta Casa. Admiro sua simplicidade e sua humildade.”
O filho André falou em nome da família. Ele disse que, desde 1978, a política se tornou uma constante em sua casa e que seu pai parece um médico, procurado em qualquer horário do dia, da noite ou da madrugada. “Almoçamos todos os domingos em família, mas já acostumamos que ele esteja sempre com pressa, indo ou vindo de algum lugar da cidade. Ele atua no macro e no micro. Ouve a todos indistintamente. Nunca, jamais, o vi faltar com o respeito em relação a qualquer pessoa. Obrigado, pai.”
A companheira de Suplicy, Mônica Dallari, disse que, depois de 20 anos o acompanhando, já aprendeu que ele não vai desistir de lutar pela renda básica de cidadania. Disse que mais de 120 países já adotam algum tipo de política de transferência de renda e que Suplicy escreve semanalmente a autoridades para defender a tese da renda básica universal. Ela também destacou sua luta pela regulamentação da cannabis medicinal no Brasil.
“Que eu possa viver para assistir à implantação da lei da renda básica de cidadania”, afirmou Eduardo Suplicy, ao destacar alguns momentos de sua luta, como a aprovação, em 2004, da lei que institui a renda universal de cidadania no Brasil. Ele disse que permanece sempre na sua cabeça a proposta de formação de um grupo de trabalho para a implementação da lei.
Suplicy leu a carta que escreveu, no dia anterior, dirigida ao presidente Lula, ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, e a ministros de estado, na qual reafirma a necessidade de cumprimento da referida lei e da formação do grupo de trabalho com o objetivo de fazer com que o Brasil seja o primeiro país do mundo a instituir, para valer, a renda básica universal, como um direito inalienável de todos os brasileiros a participar da riqueza da nação.
Fonte: Fernando Caldas – PT Alesp
Fotos: Rodrigo Costa e Rodrigo Romeo – Alesp