A deputada federal e enfermeira obstétrica Ana Paula Lima (PT-SC) sempre esteve à frente de causas relativas à saúde e nesse visível ataque à vida, que pretende permitir a comercialização do plasma, não é diferente. A vice-líder do governo Lula que foi reconhecida como a mais atuante deputada em Santa Catarina explica que a proposta alteraria à Constituição de 1988 e abriria espaço para a venda do plasma e seus derivados para a indústria farmacêutica.
A política de doação de sangue está resguardada pelo Artigo 199, parágrafo 4º da Constituição Federal e se mantém intacta pelo nosso Sistema Único de Saúde, ajudando em casos de acidentes, doenças e salvando a vida de milhares de pessoas. Em caso de alteração, a PEC do Plasma acrescentaria um parágrafo à Constituição:
- 5° A lei disporá sobre as condições e os requisitos para coleta e processamento de plasma humano pela iniciativa pública e privada para fins de desenvolvimento de novas tecnologias e de produção de biofármacos destinados a prover o Sistema Único de Saúde.
A proposta de lei vai à apreciação nesta quarta-feira (4) no Senado e pode inocentemente parecer à abertura de pesquisa e investimento em tecnologia. Mas, na verdade dá um importante passo em uma direção que ninguém quer ir, ao que transforma o plasma em uma mercadoria paga, que vai depender de custos para o processamento e distribuição.
Hemobrás
O Brasil conta com uma das maiores unidades do gênero, a Hemobrás em Goiana (PB), com capacidade para processar 500 mil litros de plasma ao ano, o suficiente para tornar o Brasil autossuficiente nestes insumos biológicos.
Em meados de 1980, devastados pela fome, algumas pessoas vendiam sangue para comer. Uma realidade muito dura e degradante, que transformava as pessoas em verdadeiros zumbis ambulantes. Fora, claro, o mercado clandestino, da venda de sangue. Com a Constituição de 1988, o sangue passou a ser coletado e destinado gratuitamente.
Proteção
O plasma é um bem que deve ser resguardado e protegido e sua doação de sangue voluntária, incentivada através de campanhas e conscientização, devido a sua importância. Uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas. “As ações de doação são de extrema solidariedade e em hipótese nenhuma podemos deixar que o sangue volte a ser tratado como mercadoria. Sangue não tem preço, não pode e não deve ser vendido. Pessoas em tratamento, transplantes, intervenções cirúrgicas e acidentes precisam muito do plasma e não podemos retroceder. Nossa missão é avançar sempre”, ressalta a deputada.
Salvar vidas
Vida são salvas pelo sangue, pois é um tipo especial de tecido na cor vermelha e é composto por plasma (parte líquida) e células (elementos figurados). O sangue pode ser do tipo: A, B, AB e O (sendo de UH positivo e negativo). Por essas circunstâncias precisa existir compatibilidade em casos de transfusão entre as pessoas, sendo essa uma das importâncias e relevâncias da doação voluntária de sangue.
Fonte: Assessoria de Comunicação deputada Ana Paula Lima
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados-Arquivo