A Construção Nacional da Cultura Hip Hop promoveu na tarde desta segunda-feira (17), em Brasília, uma marcha com representantes do movimento de todo o país para pedir o reconhecimento do Hip Hop como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Durante o ato, que contou com ativistas, parlamentares e sociedade civil, um dossiê com inventários da cultura Hip Hop dos 26 estados e do Distrito Federal (DF) foi entregue ao presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass.
“O governo Lula é amigo do Hip Hop”
A secretária Nacional de Cultura do PT , Viviane Martins, reforçou a inserção e seguiu a participação do movimento Hip Hop nos editais culturais do governo Lula.
“Reconhecer o Hip Hop, assim como o samba e o funk, como Patrimônio Cultural Imaterial é fundamental para visibilizar e ressaltar a importância dessa cultura para a periferia e a juventude negra do país. Isso garante a sua preservação e a memória afetiva das comunidades”, coment0u.
Na marcha, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disse que é o primeiro inventário feito no mundo sobre o movimento Hip Hop. “É coisa nossa. É buscar para que o Hip Hop seja considerado aquilo que ele é. Portanto, patrimônio cultural”.
Rafa Rafuagi, MC, ativista social e facilitador geral da Construção Nacional da Cultura Hip Hop, ressalta que o dossiê foi um trabalho realizado a muitas mãos de hip hoppers e consolidada, por meio da coalizão, que é a construção nacional do Hip Hop. “Hoje é um dia importante, simbólico e histórico para a cultura Hip Hop brasileira. A partir de hoje, se inicia um novo tempo do que esperamos, entendemos e executamos como Hip Hop”.
Rafuagi explica que a marcha é a primeira ação das pautas do movimento nacional. Está prevista, ainda, para agosto, a assinatura de um decreto de reconhecimento e fomento da cultura Hip Hop pelo presidente Lula. “A assinatura do decreto pelo presidente Lula vai tornar o país a ser o primeiro do mundo a ter um reconhecimento desse tipo”.
Cláudia Maciel, que também é facilitadora da Construção do Hip Hop, também enfatiza a importância da obtenção do título e celebra o primeiro trabalho participativo envolvendo todo o país na construção do dossiê. “A marcha é para sensibilizar a importância desse título para a proteção, preservação e reconhecimento da nossa cultura que tanto faz pelas periferias e favelas, pelas pessoas pretas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, mulheres e famílias, em todas as suas diversidades”, pontua.
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“É muita emoção, que pela primeira vez participou dessa organização em todos os estados. E não tivemos nenhum fomento, todos construídos por amor à cultura. O Hip Hop completa 50 anos no mundo e 40 anos no Brasil”, comemora.
Do GT do Rio de Janeiro, Paty GSP, que também atua na construção do movimento, ressalta que o dossiê contém a gênese do Hip Hop em cada estado do país e que a iniciativa da Construção Nacional estimulou a organização nos estados e orientou na realização desses documentos, que comprovam a importância do movimento hip hop no Brasil enquanto uma cultura. “É a busca do reconhecimento nacional e internacional da cultura Hip Hop como patrimônio material cultural do Brasil”.
Política Nacional do Hip Hop
Uma proposta coletiva para a implantação da Política Nacional Cultura Viva/PNCV esteve em votação pelo Plano Nacional de Cultura pelo Plano Plurianual (PPA) participativo do governo Lula até o dia 16 de julho.
Com 1.247 votos, a Política Nacional para a Cultura Hip Hop ficou em terceiro lugar entre as mais votadas. Há ainda outra etapa do PPA para ser irradiada. Caso a proposta do Hip Hop seja aprovada, será pela primeira vez na história do país que a cultura Hip Hop estará no orçamento do governo federal.
O objetivo do movimento é destinar o percentual no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) e no PPA para criar o Plano de Política Nacional para Cultura Hip Hop de 2023 a 2027.
Fonte: Da Redação do PT Nacional
Foto: Fábio Morais