“Vivemos infelizmente um dos piores momentos da indústria química brasileira do ponto de vista econômico.” O alerta partiu do presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos.
Ele participou, nesta segunda-feira (26), do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Indústrias Química e Farmacêutica na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
“Hoje a indústria química está usando somente 67% da sua capacidade produtiva”, informou o executivo da Abiquim, lamentado a ociosidade do setor. No primeiro quadrimestre, a Associação registrou o menor nível de produção e vendas em duas décadas, com quedas de 13% e 8%, respectivamente. “Isso se deve ao crescimento de importações, vindas especialmente dos Estados Unidos e da China”, lamentou Passos.
Indústria mais forte
A Frente será coordenada pelo deputado estadual Luiz Fernando T. Ferreira (PT). Na visão dele, políticas protetivas para a indústria química terão efeito cascata nos demais segmentos. “A química é a mãe das indústrias. Não se planta nada ou se produz uma roupa e nem se monta um carro sem ela. Desconheço país desenvolvido sem indústria química forte”, comparou Ferreira.
Luiz Fernando ressaltou, ainda, que a finalidade da Frente “é discutir políticas que defendam essa importante indústria, estimulem outros empresários a virem para São Paulo e não deixem os que estão irem embora.”
Governo Federal e Estadual
Por meio de vídeo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Governo Federal trabalha para remover gargalos e ampliar a competitividade brasileira. “Estamos promovendo uma neoindustrialização amparada pelos eixos da sustentabilidade, da desburocratização, da inovação, da descarbonização e do forte impulso ao comércio exterior.”
Diante do cenário adverso para a indústria química, a secretaria-executiva de Desenvolvimento Econômico do Estado, Juliana Cardoso, salientou que a gestão estadual está comprometida com a reindustrialização. “Realmente perdemos muito em relação à indústria de transformação, mas estamos tentando criar as melhores condições possíveis para que os empresários sintam a confiança necessária para investir no nosso Estado”, frisou.
Geradora de riqueza
Membro da Frente, o deputado Rômulo Fernandes (PT) lembrou que os ramos químico e farmacêutico no Estado geram 13% de toda a riqueza paulista. Outro deputado petista, Teonílio Barba, recordou que até 1995, a indústria de transformação respondia por 60% do ICMS, uma das principais fontes de arrecadação estadual.
Participação
No lançamento da Frente na Alesp também houve depoimentos de Nelson Pereira dos Reis (FIESP), Paulo Engler (Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química – IDQ) e Aroaldo Oliveira da Silva (Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC); além da participação do deputado federal Afonso Motta (PDT/RS) que preside a Frente Parlamentar da Química na Câmara dos Deputados.
Fonte: Site Alesp – Claus Oliveira
Fotos: Marco A. Cardelino