A deputada Professora Bebel disse que o combate à violência nas escolas deve se basear na difusão da cultura da paz, no convencimento e em transformações estruturais que enfrentem a fome, a desigualdade e o desrespeito à diversidade sexual. Ela apresentou na tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, 30/3, um estudo feito pelo Instituto Locomotiva que entrevistou 1250 estudantes, 1250 familiares e 1100 professores sobre a situação das escolas públicas, com a finalidade de identificar percepções, demandas e prioridades da comunidade escolar.
Falta de funcionários nas escolas, deficiência de policiamento no entorno das unidades escolares e inexistência de políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar são alguns pontos destacados pela pesquisa. Em todos os perfis pesquisados, a maioria, aproximadamente 70%, avalia como média ou alta a violência nas escolas públicas do Estado. Estes enxergam a violência como uma realidade, infelizmente, presente nas escolas estaduais. Essa percepção é mais presente nas escolas da periferia (80%, em média) do que nas do centro (57%, em média).
Em relação à sensação de segurança, 24% dos professores e 41% dos estudantes disseram não se sentirem seguros no entorno da escola. Quando perguntados se tinham conhecimento de casos de violência nas suas escolas, 73% dos familiares, 71% dos estudantes e 41% dos professores disseram que sim. A projeção desses percentuais aponta para cerca de 1,6 milhão de estudantes e 81 mil professores que souberam de casos violência no último ano.
Os tipos de violência nas escolas mais apontados pelos entrevistados são o bullying (51%), agressão verbal (44%), agressão física (30%), vandalismo (27%), discriminação (23%), furto e roubo (18%), assalto (8%), violência sexual (3%) e assassinato (2%). Afirmaram ter sofrido pelo menos algum tipo de violência 48% dos estudantes e 19% dos professores. As projeções desses índices atingem 1,1 milhão de estudantes e 40 mil professores vitimizados.
A pesquisa capta que houve o agravamento dos problemas de saúde mental no pós pandemia. Essa percepção é apontada por 95% dos estudantes, 91% dos professores e 95% das famílias, que afirmaram ter ouvido mais relatos de esgotamento, ansiedade e outros problemas, concordando que é necessário haver projetos de acompanhamento da saúde mental dos estudantes e professores.
A deputada Professora Bebel disse que a solução para os problemas de violência nas escolas não está nas armas. “A saída para os problemas é o diálogo, a gestão democrática das escolas e o convencimento. Eu defendo, sim, a presença da ronda no entorno das escolas, porque estamos perdendo nossos jovens para as drogas e temos de protegê-los. Assim como temos de ter psicólogos dentro das escolas, porque nossa população e todos nós estamos doentes, depois de dois anos de pandemia e quatro de negacionismo, que deixaram dois legados negativos: a falta de acesso à informação por falta de tecnologias de comunicação e a prevalência da palavra morte na vida de professores, pais e estudantes.”
Fonte e foto: PT Alesp, com informações de Fernando Caldas